UBIOS, o Sistema Básico Unificado de Entrada-Saída, foi apresentado pelo Global Computing Consortium (GCC) como a próxima geração de firmware para computadores, desenvolvida inteiramente na China.
O consórcio, liderado pela Huawei e formado por outras 12 companhias — entre elas o Instituto de Padronização Eletrônica da China (CESI), Byosoft e Kunlun Tech — reescreveu o código a partir da BIOS clássica e, de forma deliberada, deixou de fora o UEFI, padrão dominante em PCs modernos.
UBIOS: China lança firmware substituto da BIOS
De acordo com o portal Fast Technology, o novo firmware será detalhado na Conferência Global de Computação, programada para novembro em Shenzhen. Enquanto isso, especialistas aguardam para saber se a indústria adotará amplamente o padrão ou se ele seguirá o caminho restrito do LoongArch, arquitetura chinesa de processadores.
O GCC afirma que o UEFI, liderado por empresas norte-americanas como Intel e AMD, tornou-se excessivamente complexo. Ao evitar esse modelo, o UBIOS promete vantagens técnicas, incluindo suporte nativo a chiplets — abordagem empregada em linhas como a recém-anunciada Intel Panther Lake — e melhor gerenciamento de plataformas de computação heterogênea, capazes de combinar múltiplos processadores na mesma placa-mãe.
Outro objetivo do consórcio é oferecer compatibilidade otimizada para arquiteturas além da x86, como ARM, RISC-V e o próprio LoongArch. A estratégia faz parte de um esforço maior do governo e da indústria chinesa para reduzir a dependência de tecnologias controladas por entidades dos Estados Unidos.
Na prática, o firmware é o primeiro software a ser executado quando um computador é ligado, identificando processador, memória e dispositivos de armazenamento antes de entregar o controle ao sistema operacional. A BIOS original dominou esse papel por décadas, mas foi considerada obsoleta frente ao UEFI. Agora, o UBIOS surge como mais uma tentativa de modernizar o processo de boot, ao mesmo tempo em que fortalece a soberania tecnológica do país asiático.

Segundo o IEEE, iniciativas de padronização local podem acelerar a inovação em componentes críticos, mas dependem da adesão global para se tornarem viáveis em larga escala. Até novembro, fabricantes e desenvolvedores acompanharão os anúncios em Shenzhen para avaliar custos de implementação e benefícios reais diante do ecossistema UEFI já consolidado.
Resta saber se o mercado internacional verá no UBIOS uma alternativa competitiva ou se o projeto permanecerá restrito a fabricantes chineses, como ocorreu com sistemas anteriores.
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Crédito da imagem: Thomas Classen/Flickr