Trump impõe tarifa de 50% e sanção a Moraes em nova ofensiva contra o Brasil

Data: 30 de julho de 2025
Tarifa geral sobe para 50% sobre produtos brasileiros
O ex-presidente norte-americano Donald Trump anunciou nesta quarta-feira (30) um pacote que eleva para 50% a alíquota aplicada às importações provenientes do Brasil. A medida não atinge todos os setores, deixando de fora segmentos considerados estratégicos para a economia dos Estados Unidos. Segundo a Casa Branca, o objetivo declarado é “proteger trabalhadores americanos”.
Mesmo com a exclusão parcial de itens, a decisão amplia a disputa comercial entre Washington e Brasília. O governo brasileiro mantém déficit na balança com os EUA, o que deve ser usado internamente como argumento para minimizar o impacto do tarifaço. A nova taxação soma-se a uma investigação em curso sobre práticas comerciais brasileiras, podendo abrir caminho para restrições adicionais, inclusive em áreas militares.
Lei Magnitsky atinge ministro do STF
No mesmo pacote, Trump aplicou a Global Magnitsky Act contra o ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes. A sanção pode bloquear transações financeiras do magistrado em instituições que operem com o sistema bancário americano, afetando inclusive contas mantidas no Brasil.
O documento que sustenta a punição cita suposta “perseguição política” ao ex-presidente Jair Bolsonaro, reforçando o tom político da ofensiva. Para Trump, Palácio do Planalto e Supremo estariam alinhados contra o líder conservador, argumento que abastece a retórica de aliados do ex-mandatário brasileiro nos Estados Unidos.

Repercussão interna e riscos futuros
Integrantes do governo Lula veem a exclusão de setores-chave do tarifaço como sinal de que ainda há espaço para negociação. A margem de manobra, contudo, é limitada: Washington mantém aberto um inquérito comercial que pode resultar em barreiras mais amplas, incluindo embargos de equipamentos de uso dual.
A iniciativa de Trump também mira outros países. A Índia foi alvo de tarifa adicional de 25% por comprar petróleo russo, e o republicano ameaçou novos aumentos a quem mantiver negócios com Moscou caso a guerra na Ucrânia não cesse até 8 de agosto. A China, principal parceira da Rússia, declarou que continuará apoiando o Kremlin, indicando que a disputa comercial tende a se prolongar.
Enquanto isso, o bolsonarismo enfrenta desgaste interno com a crescente percepção de que coopera com pressões estrangeiras, e o Planalto busca conter danos sem ampliar o conflito com os Estados Unidos.