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Tarcísio de Freitas amplia ofensiva contra Lula e STF após prisão de Bolsonaro

São Paulo – Duas semanas após a prisão domiciliar de Jair Bolsonaro (PL), decretada em 4 de agosto pelo ministro Alexandre de Moraes, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), passou a dedicar parte considerável da agenda a encontros políticos e empresariais fora do estado e elevou o tom contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o Supremo Tribunal Federal.

Visitas estratégicas e recados ao mercado

Nos primeiros dias após a decisão de Moraes, Tarcísio concentrou-se em compromissos institucionais no interior paulista, incluindo passagens por Pirapora do Bom Jesus, Holambra, Agudos, Lençóis Paulista e Dois Córregos. A exceção foi Brasília, em 7 de agosto, onde, ao lado de governadores de oposição, criticou Lula e o STF.

A partir da semana seguinte, o roteiro ganhou caráter declaradamente político. Em apenas cinco dias, o governador:

  • participou de três palestras para investidores dos setores financeiro e do agronegócio;
  • esteve em um jantar na casa do cantor Latino, nos Jardins (SP), com empresários alinhados ao bolsonarismo;
  • viajou a Cuiabá (MT) para receber o título de cidadão cuiabano e dialogar com produtores rurais;
  • entregou um novo batalhão da Polícia Militar em Sorocaba (SP).

Nesses eventos, Tarcísio afirmou que o país “não aguenta mais aumento de impostos nem corrupção” e declarou que “está na hora de trocar o motorista”, em referência a Lula. No BTG Pactual, disse que o Brasil “não aguenta mais o PT”.

Distanciamento do STF

Paralelamente, o governador evitou aparições públicas com ministros da Corte. Na segunda-feira passada, preferiu acompanhar o prefeito Ricardo Nunes (MDB) em agenda de segurança na capital paulista e faltou a uma cerimônia no Tribunal de Contas do Estado que contou com a presença de Moraes. O gesto foi interpretado como sinal de que ele busca marcar terreno distante do Supremo no momento em que Bolsonaro cumpre prisão domiciliar.

Tarifaço de Trump e pressão sobre Lula

Outra mudança se deu no discurso sobre a sobretaxa de 50% cobrada pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros, medida atribuída politicamente a Eduardo Bolsonaro (PL-SP). Se antes Tarcísio via o tema como prejudicial ao seu grupo, agora cobra publicamente que Lula negocie com Donald Trump: “Quantas vezes teremos uma ligação do presidente brasileiro com o presidente americano? É isso que fará diferença”, declarou no Congresso Brasileiro do Agronegócio, em São Paulo.

Projetos locais e 2026 no horizonte

Apesar da agenda nacionalizada, Tarcísio insiste que disputará a reeleição ao Palácio dos Bandeirantes em 2026, alegando que muitas obras só serão entregues entre 2029 e 2030. Nos bastidores, porém, políticos e agentes do mercado já o veem como principal herdeiro do eleitorado bolsonarista para a corrida presidencial.

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Com informações de Folha de S.Paulo

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