STF condena Bolsonaro: contraste com punição a Trump

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STF condena Bolsonaro a 27 anos de prisão por conspirar contra a democracia e tentar um golpe de Estado após a derrota eleitoral de 2022. A decisão, tomada por 4 votos a 1 nesta quinta-feira (11), torna Jair Bolsonaro o primeiro ex-presidente brasileiro sentenciado por tentativa de ruptura institucional.

No mesmo dia, o contraste com os Estados Unidos se acentuou: lá, Donald Trump — que também buscou reverter o resultado das urnas em 2020 — não apenas se mantém livre como retornou à Casa Branca após vencer a eleição de 2024.

STF condena Bolsonaro: contraste com punição a Trump

A dura sentença imposta pelo Supremo Tribunal Federal foi conduzida pelo ministro Alexandre de Moraes. O processo reúne provas colhidas pela Polícia Federal que apontam, entre outros pontos, a participação de militares e planos para impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva, além de supostos projetos para assassinar Lula, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o próprio Moraes.

Nos Estados Unidos, a resposta institucional à insurreição de 6 de janeiro de 2021 foi considerada branda. O Senado absolveu Trump no impeachment, o Departamento de Justiça levou quase dois anos para nomear um procurador especial e, em 2024, a Suprema Corte reconheceu ampla imunidade presidencial, inviabilizando a ação penal.

Trump reagiu à condenação de Bolsonaro ao classificá-la como “caça às bruxas”, repetindo o discurso usado em sua própria defesa. Antes mesmo do veredicto, o governo norte-americano impôs tarifa de 50% sobre a maioria das exportações brasileiras e aplicou sanções, via Lei Magnitsky, contra autoridades como Moraes — medida inédita aplicada a um magistrado de Suprema Corte de país democrático, segundo análise do The New York Times.

O secretário de Estado Marco Rubio confirmou que Washington “responderá de forma adequada” ao que chama de perseguição. Especialistas interpretam a postura como tentativa de intimidar instituições brasileiras por terem feito o que as norte-americanas evitaram: responsabilizar um ex-chefe de Estado por atacar o sistema eleitoral.

STF condena Bolsonaro: contraste com punição a Trump - Imagem do artigo original

Para analistas, a história autoritária recente do Brasil motivou reação mais enérgica. Desde 2019, o Judiciário monitorava fake news e discursos antidemocráticos ligados ao bolsonarismo, culminando na inelegibilidade de Bolsonaro em 2023 e agora na condenação criminal. Mesmo com protestos de apoiadores, líderes de direita aceitam majoritariamente o afastamento do ex-presidente, abrindo espaço para candidatos conservadores que respeitem as regras do jogo em 2026.

Nos EUA, a leniência legislativa e judicial abriu caminho para um segundo mandato de Trump descrito como “abertamente autoritário”, com uso de agências federais para punir opositores, segundo críticos. O paralelo evidencia a eficiência — e o custo internacional — do modelo brasileiro de defesa democrática.

Para acompanhar outras análises sobre democracia e política, visite nossa seção de Notícias e continue bem informado.

Crédito: Brendan Smialowski – 19.mar.2019/AFP

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