STF cobra retratação de Tarcísio depois que o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), acusou o ministro Alexandre de Moraes de “tirania” durante manifestação bolsonarista na avenida Paulista, no domingo, 7 de Setembro.
Segundo apuração da Folha, em 24 horas nenhum contato direto partiu do Palácio dos Bandeirantes para os gabinetes do Supremo Tribunal Federal. Apenas interlocutores do governador sondaram o ambiente na Corte e relataram desconforto com a repercussão.
STF cobra retratação de Tarcísio após ataques no 7/9
O discurso, considerado o mais duro de Tarcísio contra o Judiciário, pediu anistia “ampla e irrestrita” aos condenados pelos atos de 8 de Janeiro e ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Ao ouvir o coro de “fora, Moraes”, o governador endossou a crítica, chamando o magistrado de “ditador” e rejeitando “a ditadura de um Poder sobre o outro”.
Três ministros ouvidos em caráter reservado avaliam que a fala foi calculada e visa consolidar Tarcísio como potencial candidato do bolsonarismo à Presidência em 2026. Eles apontam que o governador, antes visto como ponte entre o Planalto paulista e o STF, optou por radicalizar o tom para obter dividendos políticos junto à sua base.
Para esse grupo, a ofensiva causou “estremecimento pontual”, porém não necessariamente irreversível. Dois magistrados acreditam que Tarcísio não pretende romper de vez com a Corte e deverá procurar ministros “no momento adequado”, evitando a impressão de recuo imediato.
Do lado do STF, o decano Gilmar Mendes afirmou nas redes sociais que crimes contra o Estado democrático de Direito não admitem anistia, negando “ditadura da toga”. Já o presidente Luiz Fux relembrou que, na ditadura militar, não existia devido processo legal, contrapondo a transparência atual.
Aliados do governador reconhecem, em reservado, que o tom pode ter passado do ponto, mas justificam a escalada como reação ao julgamento de Bolsonaro, previsto para as próximas semanas. A expectativa é de que Tarcísio diminua a temperatura, evitando “implodir pontes” com o Judiciário.

O episódio reacendeu no Supremo o debate sobre propostas de anistia em tramitação no Congresso. Uma ala minoritária defende abertura ao “clamor popular”, mas a maioria resiste a sinalizar qualquer inconstitucionalidade antes de a matéria avançar.
Reportagem da Folha de S.Paulo destaca que Tarcísio, até então um dos poucos aliados de Bolsonaro com trânsito no STF, agora enfrenta críticas internas do bolsonarismo por sua antiga postura moderada.
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Crédito da imagem: Allison Sales – 7.set.25/Folhapress