O ex-outfielder Ichiro Suzuki tornou-se no domingo o primeiro jogador nascido no Japão a integrar o Hall da Fama do beisebol norte-americano. A cerimónia em Cooperstown, adiada por uma hora devido à chuva, reuniu cerca de 30 mil fãs e 52 membros já consagrados.
Votação quase unânime e classe de 2025
Suzuki recebeu 393 dos 394 votos da Associação de Cronistas de Beisebol da América (99,7%), ficando a uma cédula da unanimidade. O ex-arremessador CC Sabathia (342 votos, 86,8%) e o ex-fechador Billy Wagner (325 votos, 82,5%) também foram eleitos na primeira oportunidade e na última tentativa, respetivamente. Pelo comité de eras, foram escolhidos Dave Parker, falecido em 28 de junho, e Dick Allen.
Discurso em inglês com humor e referências à carreira
Em intervenção de 18 minutos, inteiramente em inglês, Suzuki combinou agradecimentos e humor. O japonês ironizou o único jornalista que não votou nele, afirmou que o convite para jantar “expirou” e brincou com a passagem pelos Miami Marlins, dizendo que em 2015 “nunca tinha ouvido falar” da equipa.
O jogador mencionou ainda marcas pessoais — 3.089 rebatidas na MLB, 1.278 na liga japonesa e recorde de 262 rebatidas numa temporada em 2004 — explicando que a longevidade até os 45 anos resultou de “dedicação total” ao desporto. Os adeptos, muitos com bandeiras do Japão e camisolas 51, entoaram o nome do ex-Mariner durante toda a cerimónia.
Outros discursos e homenagens do dia
Sabathia destacou a influência de atletas negros no beisebol e disse esperar que não seja o último “Black Ace” — termo que designa lançadores afro-americanos com 20 vitórias numa época. Wagner incentivou jovens jogadores a transformar obstáculos em “degraus”.
O fim de semana incluiu ainda a entrega do prémio Ford C. Frick ao locutor Tom Hamilton, há 35 anos voz principal do Cleveland Guardians, e o BBWAA Career Excellence Award ao jornalista Tom Boswell, que fez carreira no The Washington Post.
