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Ricardo Nunes fortalece laços com bolsonaristas e mira sucessão de Tarcísio em 2026

Ricardo Nunes (MDB) tem ampliado o diálogo com aliados de Jair Bolsonaro (PL) para viabilizar uma candidatura ao governo de São Paulo em 2026, quando se encerra o mandato de Tarcísio de Freitas (Republicanos). O movimento busca assegurar o apoio do grupo bolsonarista antes que outros nomes ganhem força dentro da mesma base.

Aproximação ganha visibilidade

A receptividade ao prefeito ficou evidente em 3 de agosto, durante ato na avenida Paulista organizado pelo pastor Silas Malafaia. Mesmo sem a presença de Bolsonaro, impedido de comparecer por decisão do STF, Nunes foi convidado a ocupar o ponto mais alto do trio elétrico, ao lado de lideranças do PL. O presidente do partido, Valdemar Costa Neto, destacou publicamente a lealdade do prefeito ao ex-presidente, enquanto o deputado Pastor Marco Feliciano (PL-SP) elogiou sua gestão e sinalizou reconciliação após ter apoiado Pablo Marçal (PRTB) na eleição municipal de 2024.

Nos dias seguintes, Eduardo Bolsonaro (PL-SP) telefonou a Nunes para agradecer a participação no protesto, reforçando a percepção de que a resistência ao nome do prefeito entre bolsonaristas diminuiu.

Disputa interna e articulações paralelas

A ofensiva de Nunes ocorre enquanto outros possíveis candidatos tentam se posicionar. O presidente da Assembleia Legislativa, André do Prado (PL), articula apoios entre deputados e prefeitos; já o ex-governador Rodrigo Garcia (sem partido) mantém diálogo frequente com Tarcísio no Palácio dos Bandeirantes. Segundo interlocutores, Nunes busca aproximação com Garcia para neutralizar André e consolidar um bloco apoiado por PSD e setores do Republicanos.

O prefeito argumenta que pesquisas internas o colocam à frente de eventuais concorrentes e, em conversas reservadas, defende uma chapa que una seu nome ao do vice Ricardo Mello Araújo (PL) — escolha avalizada por Bolsonaro — caso Tarcísio se lance à Presidência.

Gestão municipal sob pressão

Enquanto articula a sucessão estadual, Nunes administra um orçamento previsto de R$ 16,2 bilhões para investimentos em 2025 e planeia iniciar obras de alto impacto, como o VLT no centro antigo e a revitalização do Parque Dom Pedro II. Porém, enfrenta reveses na Câmara Municipal: não evitou a instalação de uma CPI sobre concessões imobiliárias e lida com acusações ligadas à chamada “máfia das creches”, investigação que tentou suspender sem sucesso no STJ.

Adversários também associam recentes decisões culturais — como o cancelamento da Festa Literária Pirata das Editoras Independentes na Praça das Artes — a gestos destinados a agradar o eleitorado conservador.

Próximos passos

Publicamente, Nunes declara foco “na cidade”, mas admite disputar o Palácio dos Bandeirantes desde que conte com o aval de Bolsonaro. Aliados veem o momento como favorável, citando a perda de popularidade de figuras centrais do bolsonarismo após críticas à sobretaxa de produtos brasileiros nos Estados Unidos. Para consolidar a candidatura, o prefeito pretende manter presença constante em eventos ligados ao PL e intensificar entregas de obras até o fim do mandato.

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