O governo dos Estados Unidos comunicou a aplicação de uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros e iniciou uma investigação sobre o comércio digital do Brasil, medida que faz parte de um pacote mais amplo de sanções contra Brasil, Coreia do Sul e União Europeia.
Tarifa entra em vigor em 1º de agosto
Segundo informações obtidas pelo Wall Street Journal, as novas tarifas devem ser implementadas em 1º de agosto. A estratégia, defendida pelo presidente Donald Trump, utiliza barreiras comerciais como instrumento para proteger empresas de tecnologia norte-americanas de regulações estrangeiras. Além da sobretaxa, Washington planeia restringir o acesso de produtos estrangeiros ao mercado dos EUA.
Setor de tecnologia sob pressão
O alvo principal, no caso brasileiro, é o segmento digital. A investigação aberta pelos EUA abrange serviços eletrônicos e o sistema de pagamentos instantâneos Pix, desenvolvido pelo Banco Central. Autoridades norte-americanas avaliam se medidas regulatórias brasileiras dificultam a atuação de companhias dos Estados Unidos no país.
Conflito regulatório global
A ofensiva ocorre enquanto o Brasil discute leis para plataformas digitais e busca ampliar sua autonomia tecnológica. Em paralelo, a União Europeia avança com o AI Act, legislação que também impõe limites a algoritmos e uso de dados, gerando preocupação entre as big techs.
Desafio para a soberania digital brasileira
Para o Brasil, o cenário coloca a necessidade de equilibrar a regulação do mercado interno com a manutenção de relações comerciais estratégicas. Projetos como o Pix e o estudo de um sistema próprio de navegação por satélite evidenciam a tentativa de reduzir dependências externas, mas enfrentam resistência de Washington.
Embora o histórico mostre medidas abruptas do governo Trump, analistas apontam que a atual investida representa uma ação estruturada para assegurar que interesses das gigantes norte-americanas sejam preservados em diferentes jurisdições.
