noticias

Queixas ao Procon sobre cemitérios do DF dobram em um ano

O Procon-DF registrou aumento expressivo de reclamações contra a Campo da Esperança Serviços Ltda., empresa que administra os seis cemitérios do Distrito Federal. Segundo dados obtidos por meio da Lei de Acesso à Informação, foram protocoladas 20 queixas em 2023 e 40 em 2024. Somente no primeiro semestre de 2025 já há 22 ocorrências, ultrapassando o total de 2023 antes do fim do ano.

Escalada de reclamações e denúncias

Entre 2019 e 2022, 127 registros ficaram concentrados no Sistema Nacional de Informações de Defesa do Consumidor, sem detalhamento anual. A partir de 2023, o Procon passou a contabilizar separadamente. Além das reclamações, há denúncias formais à Diretoria de Fiscalização: nenhuma entre 2019 e 2021, duas em 2022, três em 2023 e duas em 2024; em 2025 ainda não foram computadas novas ocorrências.

Principais problemas apontados

Os consumidores relatam:

• cobrança por serviços não contratados ou não prestados;
• dificuldade para cancelar ou alterar contratos;
• venda casada de manutenção de jazigos;
• avarias estruturais, túmulos abertos, quedas de árvores e falta de sinalização.

Visitantes também mencionam demora para instalação de placas e candelabros — em alguns casos, até 90 dias — além de restrições a melhorias feitas por familiares e proibição de jardineiros particulares.

Incidentes recentes

Entre janeiro de 2024 e julho de 2025, ao menos cinco episódios envolveram desabamento de lajes ou abertura de covas nos cemitérios da Asa Sul e de Taguatinga. Em um dos casos, dez pessoas caíram em um túmulo após o piso ceder; em outro, uma auxiliar de serviços gerais foi engolida por cavidade enquanto limpava o jazigo da família.

Posicionamento da concessionária

Em nota, a Campo da Esperança afirma que o número de reclamações é reduzido diante de um universo de 560 mil jazigos e cerca de mil sepultamentos e cremações mensais. A empresa declara analisar todas as ocorrências e resolver as procedentes dentro do prazo, o que teria evitado aplicação de multas na maioria dos casos. A concessionária atribui o aumento das queixas à repercussão na imprensa e alega sofrer sabotagem de jardineiros autônomos, ao mesmo tempo em que investe na melhoria constante dos serviços e processos internos.

Artigos relacionados

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Botão Voltar ao topo