PT exige aliados mais ativos na defesa do governo Lula e vê brecha em tarifas de Trump

O Partido dos Trabalhadores (PT) deve aprovar, no congresso nacional marcado para 1º a 3 de agosto em Brasília, uma tese política que orientará a legenda nos próximos anos. O texto, elaborado pela corrente Construindo um Novo Brasil (CNB), maioria interna e ligada ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, estabelece duas diretrizes principais: comunicação mais agressiva em favor do governo e análise das consequências do novo pacote tarifário anunciado pelos Estados Unidos.
Documento cobra comunicação reforçada
A proposta sustenta que ministros, partidos aliados e organizações sociais precisam intensificar a divulgação dos resultados da gestão federal. O trecho destaca a necessidade de uma atuação “mais proativa e direta” para convencer a população da importância das políticas públicas, indo além da publicidade institucional. Para isso, recomenda explorar o “carisma e a palavra” de Lula, bem como a capilaridade dos principais ministros em eventos pelo país.
Internamente, a comunicação do governo tem sido alvo de críticas desde o início do terceiro mandato. A tese da CNB reafirma que PT e aliados possuem papel central no “embate pelo debate público” e devem utilizar sua base social para repercutir ações do Executivo.
Tarifas de Trump vistas como possível oportunidade
O documento também trata das medidas adotadas pelo presidente dos EUA, Donald Trump, que fixou sobretaxa de 50% sobre produtos brasileiros a partir de 1º de agosto. Embora classifique a iniciativa como preocupante para o comércio exterior, a tese aponta “oportunidades inesperadas” para o Brasil, citando o ambiente considerado seguro para investimentos e a ausência de conflitos diplomáticos com outras nações.

Líderes petistas envolvidos na redação afirmam que o episódio reforça a necessidade de diversificação de mercados internacionais, sem descartar a manutenção do fluxo comercial com Washington.
Novo comando partidário
No mesmo encontro, o ex-ministro Edinho Silva deve assumir a presidência do PT até 2029. Integrante da CNB e apoiado por Lula, ele foi eleito em março deste ano após a corrente obter maioria absoluta nos diretórios estaduais. A posse e a aprovação da tese-guia ocorrerão durante o congresso, confirmando o alinhamento da legenda ao Planalto.