PT aprova tese que pede veto ambiental e condena tarifas de Trump

O Partido dos Trabalhadores concluiu neste sábado (2), em Brasília, a votação da tese que orientará suas ações até 2029. O texto reforça a defesa de um veto presidencial ao projeto que flexibiliza o licenciamento ambiental, critica as tarifas impostas pelos Estados Unidos ao Brasil e descreve a atuação de Israel em Gaza como genocídio.
Veto ao licenciamento ambiental é prioridade
Por meio de emenda, a legenda solicita que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva barre integralmente o projeto aprovado pela Câmara em 17 de julho. Segundo dirigentes, a proposta afrouxa exigências de impacto ambiental e contraria compromissos internacionais assumidos pelo país. A inclusão do pedido de veto uniu diferentes correntes partidárias após o recuo de emendas que questionavam o novo arcabouço fiscal e a estratégia de frente ampla no Congresso.
Tarifas de Trump e conflito Israel-Palestina
A tese manifesta preocupação com a sobretaxa de 50% aplicada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, a produtos brasileiros. Para o partido, a decisão ameaça exportações e indica avanço do protecionismo. O documento afirma que a medida pode gerar oportunidades, pois o Brasil se apresenta como “ambiente seguro” para investimentos externos.
Sobre o Oriente Médio, o texto aponta que Israel promove genocídio contra palestinos e defende a imediata desocupação de Gaza, além do reconhecimento pleno do Estado Palestino. A posição foi reiterada na abertura do encontro, que contou com a presença do embaixador palestino Ibrahim Alzeben e leitura de manifesto pedindo suspensão de relações diplomáticas com o governo de Benjamin Netanyahu.

Outros pontos da resolução
A redação aprovada sustenta que o conflito entre Rússia e Ucrânia só terminará por meio de negociação que contenha o expansionismo da OTAN. Também declara que a economia mundial está “no limiar de uma crise financeira e comercial” e propõe isenção de Imposto de Renda para rendas mensais de até R$ 5 mil, igualdade salarial e jornada semanal de 40 horas.
O encontro elegeu Edinho Silva como novo presidente do PT até 2029. A posse ocorre neste domingo (3) com participação prevista de Lula. A tese foi elaborada pela corrente Construindo um Novo Brasil, que obteve maioria nas eleições internas.