Prisão de Felipe Macedo Gomes, ex-presidente da Amar Brasil Clube de Benefícios (ABCB), foi requerida pelo deputado Rogério Correia (PT-MG) após o investigado permanecer em silêncio na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS, na segunda-feira, 20.
No pedido, protocolado na terça-feira, 21, o parlamentar afirma que a liberdade do ex-dirigente coloca em risco a ordem pública, citando “forte influência política e considerável poder econômico” que poderiam facilitar fuga do país ou interferência nas investigações.
Prisão de Felipe Macedo Gomes é solicitada na CPMI
De acordo com a Polícia Federal (PF) e a Controladoria-Geral da União (CGU), Felipe Macedo teria criado um sistema de biometria para fraudar assinaturas e autorizar descontos não solicitados em benefícios do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Entre 2022 e 2024, a ABCB movimentou R$ 143 milhões, enquanto 96,9% dos aposentados afirmaram não ter autorizado os débitos.
Correia alega que os recursos desviados financiaram a compra de veículos de luxo, incompatíveis com a renda declarada antes da fundação da entidade. A investigação também aponta ligação de Macedo a Américo Monte, Anderson Cordeiro e Igor Delecrode, grupo conhecido como “jovens ricaços”. Juntas, as quatro associações sob suspeita — ABCB, Associação de Amparo Social ao Aposentado e Pensionista (AASAP), Master Prev e Associação Nacional de Defesa dos Direitos dos Aposentados e Pensionistas (ANDDAP) — teriam faturado R$ 700 milhões com descontos indevidos.
A PF identificou uma frota que inclui uma Ferrari, cinco BMWs e 16 Porsches registrada em nome dos investigados. Para o deputado, esses elementos reforçam a necessidade de custódia preventiva.
Durante o depoimento, Felipe Macedo amparou-se em habeas corpus concedido pelo ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), que lhe garantiu o direito ao silêncio. O relator da CPMI, Alfredo Gaspar (União-AL), anunciou que também apresentará pedido de prisão do ex-presidente da ABCB na próxima reunião deliberativa.
O silêncio foi mantido até mesmo quando Gaspar questionou uma doação de R$ 60 mil feita por Macedo à campanha do ex-ministro do Trabalho e Previdência Onyx Lorenzoni ao governo do Rio Grande do Sul, em 2022, ano do acordo de cooperação técnica (ACT) que permitiu os descontos investigados.

Para a sessão de quinta-feira, 23, estão marcados os depoimentos do ex-procurador-geral do INSS Virgílio Antônio Ribeiro de Oliveira Filho e de sua esposa, Thaisa Hoffmann Jonasson, apontados por suspeitas de recebimento de valores de empresas ligadas às associações.
Detalhes adicionais sobre a CPMI podem ser conferidos no portal oficial do Senado Federal, que acompanha os desdobramentos das audiências e dos requerimentos.
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Crédito: Lula Marques/Agência Brasil