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Prisão domiciliar de Bolsonaro estanca negociações da direita para 2026

Jair Bolsonaro (PL) completou uma semana em prisão domiciliar, medida decretada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, após o ex-presidente descumprir restrição judicial ao participar por videochamada de um ato no Rio de Janeiro. O isolamento altera a dinâmica política da direita e atrasa definições sobre a eleição presidencial de 2026.

Isolamento imposto pelo STF

A decisão de Moraes surpreendeu advogados, familiares e aliados, que esperavam eventual detenção apenas após o trânsito em julgado do processo sobre a suposta tentativa de golpe. Na prática, Bolsonaro está proibido de viagens, reuniões e ligações frequentes com dirigentes partidários, o que interrompe as conversas sobre apoio a futuros candidatos.

Até que o ministro autorizasse visitas de familiares, a comunicação do ex-presidente restringiu-se à ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro. Presidente do PL Mulher, ela não participa das principais articulações eleitorais e avalia disputar o Senado pelo Distrito Federal.

Pressão por um nome para 2026

Empresários e lideranças partidárias aumentaram a cobrança por uma alternativa competitiva para 2026, mas consideram constrangedor discutir sucessão enquanto Bolsonaro cumpre prisão domiciliar. O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) assumiu o papel de principal elo entre o pai e potenciais aliados.

As primeiras visitas ao condomínio no Jardim Botânico, em Brasília, indicam o núcleo que terá acesso às decisões: Flávio, o presidente do PP, Ciro Nogueira, e o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos). Ciro permaneceu cerca de 30 minutos na residência e relatou preocupação com o estado de saúde e ânimo do ex-chefe do Executivo, que enfrenta crises de soluço e será avaliado por médicos nos próximos dias.

Tarcísio procura manter ponte com o bolsonarismo

Tarcísio encontrou Bolsonaro por quase duas horas e afirmou que a conversa tratou exclusivamente da situação judicial. O governador evita confrontar o Supremo e pretende manter agenda periódica em Brasília para preservar o vínculo com o ex-presidente, condição considerada imprescindível caso venha a disputar o Planalto.

Prisão domiciliar de Bolsonaro estanca negociações da direita para 2026 - Imagem do artigo original

Enquanto isso, outras figuras da direita, como Ratinho Jr. (PSD-PR), Romeu Zema (Novo-MG) e Ronaldo Caiado (União-GO), foram criticadas por faltarem aos atos em defesa de Bolsonaro, ausência classificada por Flávio como “erro estratégico”.

Encontro de governadores reforça unidade conservadora

Na mesma semana, governadores de perfil conservador reuniram-se na casa de Ibaneis Rocha (MDB-DF) para contestar o “tarifaço” do governo Lula e apontar suposta crise institucional com o STF. O tema 2026 surgiu informalmente: segundo participantes, o governador Mauro Mendes (União-MT) declarou que “o próximo presidente estava na sala”.

Com Bolsonaro inelegível e confinado, a direita busca reorganizar-se enquanto aguarda desfecho judicial. Até lá, escolhas sobre candidaturas permanecem em suspenso.

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