Alcolumbre condena ocupação do Congresso e Motta garante continuidade das votações

Os presidentes do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), e da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), reagiram nesta terça-feira (5) à obstrução promovida por parlamentares aliados de Jair Bolsonaro. O grupo ocupa as mesas diretoras dos plenários em protesto contra a prisão domiciliar imposta ao ex-presidente pelo ministro do STF Alexandre de Moraes.
Alcolumbre classifica ato como “exercício arbitrário”
Em nota oficial, Alcolumbre declarou que a tomada dos assentos de comando do Senado e da Câmara “inviabiliza o funcionamento das Casas” e representa um “exercício arbitrário das próprias razões”. O senador informou que convocará reunião com líderes partidários para restabelecer a normalidade das atividades legislativas.
No momento da manifestação, ocupavam a mesa do Senado os senadores Magno Malta (PL-ES), Marcos Pontes (PL-SP), Izalci Lucas (PL-DF) e Eduardo Girão (Novo-CE); Jorge Seif (PL-SC) circulava no plenário. Antes de publicar a nota, Alcolumbre recebeu em sua residência parlamentares como Weverton Rocha (PDT-MA), Omar Aziz (PSD-AM), Rodrigo Pacheco (PSD-MG) e Jaques Wagner (PT-BA).
Motta reafirma controle da pauta da Câmara
Hugo Motta, que retornou à Brasília após compromissos na Paraíba com o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, disse que a ordem das votações continuará a ser definida pela presidência da Câmara em conjunto com o colégio de líderes. O deputado defendeu “serenidade e equilíbrio” diante da pressão para incluir imediatamente na agenda o projeto que concede anistia aos investigados pelos atos de 8 de Janeiro de 2023.

O reforço de Motta ocorre após o primeiro vice-presidente da Casa, Altineu Côrtes (PL-RJ), afirmar que poderia pautar a proposta de anistia caso assumisse interinamente o comando da Câmara. Motta telefonou ao líder do PL, Sóstenes Cavalcante (RJ), pedindo que a oposição não inviabilizasse a sessão desta terça.
Parlamentares exigem votação de anistia e impeachment
Aliados de Bolsonaro condicionam o fim da obstrução à inclusão, na pauta de Congresso, do projeto que prevê anistia aos envolvidos nos ataques às sedes dos Três Poderes e do pedido de impeachment de Alexandre de Moraes. O ex-presidente teve a prisão domiciliar decretada na segunda-feira (4) após participar, por intermédio de apoiadores, de transmissões nas redes sociais, violando restrição anterior imposta pelo STF.