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Pressionado pela COP30, Helder Barbalho perde espaço como possível vice de Lula em 2026

Brasília – A menos de cem dias da Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas, a COP30, o governador do Pará, Helder Barbalho (MDB), deixou de ser o favorito interno do MDB para ocupar a vice na chapa do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em 2026. Problemas logísticos de hospedagem em Belém e investigações envolvendo contratos estaduais minam o capital político do paraense.

Logística da COP30 vira dor de cabeça

Inicialmente tratada como vitrine para projetar Helder nacionalmente, a organização do evento previsto para novembro enfrenta gargalos de infraestrutura. Relatos de tarifas hoteleiras até 15 vezes superiores ao preço usual preocupam o governo federal. Em audiência na Câmara, o presidente da COP30, André Corrêa do Lago, lembrou que, em edições anteriores, os valores costumavam apenas dobrar ou triplicar.

Além disso, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Flávio Dino autorizou, em março, inquérito sobre o deputado federal Antônio Doido (MDB-PA), aliado da família Barbalho, por suspeita de desvio de verba em contratos do governo paraense. Um dos alvos é a licitação de R$ 142 milhões para obras no Canal do Bengui, incluída no pacote de projetos da COP30. O governo estadual afirma que o certame foi encerrado sem pagamentos.

Emedebistas na disputa

Dentro do MDB, Helder formava uma espécie de trinca de potenciais vices ao lado dos ministros Renan Filho (Transportes) e Simone Tebet (Planejamento). Aliados do governador afirmam, porém, que seu foco agora é concorrer ao Senado, na vaga hoje ocupada pelo pai, Jader Barbalho, e garantir a eleição da vice-governadora Hana Ghassan (MDB) ao Palácio dos Despachos.

Renan Filho, por sua vez, planeja deixar o ministério em abril do próximo ano para ficar à disposição da legenda. O alagoano é cotado tanto para disputar o governo de Alagoas quanto para integrar a chapa presidencial, mas uma eventual resistência do MDB do Pará pode tornar sua escolha mais difícil.

Simone Tebet também aparece nas conversas internas, embora declare não se ver como favorita. Na semana passada, durante agenda em Rondônia ao lado de Lula, a ministra fez discurso em tom eleitoral, defendendo “eterna vigilância” da democracia.

Aliança PSB x MDB em debate

Apesar de Geraldo Alckmin (PSB) ainda ser considerado forte candidato a permanecer como vice, Lula tem debatido cenários alternativos. Em reunião recente com lideranças emedebistas – entre eles os ministros Renan Filho e Jader Filho, além dos líderes Eduardo Braga e Isnaldo Bulhões – o presidente mencionou a possibilidade de Alckmin disputar o governo de São Paulo e manifestou preferência por alguém com “perfil semelhante ao de José Alencar”.

No MDB, a avaliação reservada é de que diretórios do Sul, Sudeste e Centro-Oeste só apoiariam Lula se o posto de vice ficasse com um emedebista. O estatuto do partido dá peso ao número de deputados federais; o Pará, com nove dos 43 parlamentares da sigla, lidera em delegados para a convenção.

Próximos passos

Aliados de Helder sustentam que ele só cogitaria a vice caso a candidatura de Hana Ghassan ao governo estadual se mostrasse amplamente favorita e a COP30 transcorresse sem contratempos. Enquanto isso, dirigentes como Isnaldo Bulhões afirmam que pesquisas eleitorais e a necessidade de composição política definirão o nome, caso o MDB venha a indicar o vice.

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Com a proximidade da COP30 e a pressão por resultados concretos, o futuro de Helder Barbalho na corrida pela vice-presidência permanece incerto, refletindo a importância que o evento climático e as articulações partidárias terão no tabuleiro eleitoral de 2026.

Com informações de InfoMoney

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