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Pressão judicial faz aliados de Bolsonaro focarem em Flávio e Tarcísio para 2026

Aliados de Jair Bolsonaro intensificaram as conversas sobre quem deverá disputar a Presidência em 2026 caso o ex-presidente permaneça impedido. O cerco do Supremo Tribunal Federal, que impôs tornozeleira eletrónica ao líder do PL em 18 de abril, acelerou o debate nos bastidores.

Flávio ganha espaço no clã

No núcleo familiar, o nome mais citado é o do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ). A seu favor pesam três fatores: ele não figura nos inquéritos que miram o pai, mantém bom trânsito político no Congresso e carrega o sobrenome que domina o eleitorado de direita desde 2018. Dirigentes do centrão também veem o senador como “plano A”, avaliando que Bolsonaro dará prioridade a alguém do próprio clã. Michelle e Eduardo Bolsonaro continuam bem posicionados em pesquisas internas, mas aliados consideram que uma campanha nacional seria mais desgastante para ambos.

Tarcísio atrai empresários e centro

Fora da família, o principal cotado é o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos). Ele é apontado como nome capaz de unir bolsonaristas, centro político e setor empresarial, condições vistas como essenciais para chegar ao segundo turno contra uma eventual candidatura de Lula. Apesar de declarar publicamente que prefere buscar a reeleição no Palácio dos Bandeirantes, Tarcísio é descrito por interlocutores como “opção quase imbatível” caso aceite entrar na disputa nacional. O receio entre aliados é que Bolsonaro possa mudar de posição durante a campanha, a exemplo do que ocorreu nas eleições municipais de 2024.

Estrategia mantém Bolsonaro no centro

Mesmo inelegível até 2030, Bolsonaro repete que será candidato e planeja registrar nome no Tribunal Superior Eleitoral em 2026, numa estratégia semelhante à usada por Lula em 2018. A fala tem dupla função: preservar sua liderança sobre a direita e adiar o escrutínio sobre um sucessor. Paralelamente, o ex-presidente estimula outros governadores, como Romeu Zema (Novo), Ronaldo Caiado (União Brasil) e Ratinho Junior (PSD), a se apresentarem como pré-candidatos, evitando concentrar apostas num único nome.

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Prazos e incertezas

Nos bastidores, a definição esbarra no calendário eleitoral. Se Tarcísio decidir concorrer, precisará desincompatibilizar-se do cargo até abril do próximo ano. Já Flávio, sem mandato no Executivo, não enfrenta essa exigência. Aliados avaliam que a decisão final dependerá do avanço dos processos no STF e da eventual condenação de Bolsonaro. Até lá, o ex-presidente pretende manter o discurso de que ele próprio é “plano A, B e C”, enquanto observa o tabuleiro político se reorganizar.

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