Ponte Preta conquista acesso à Série B mesmo sem salários — A equipe campineira escreveu um capítulo histórico no futebol brasileiro ao assegurar a vaga com rodadas de antecedência, embora atletas e comissão técnica estejam sem receber há quatro meses.
O elenco não vê salários desde junho, enquanto comissão técnica e departamento de futebol aguardam pagamentos desde maio. Em meio à crise, a torcida assumiu o papel de patrocinadora, promovendo vaquinhas online, doações e campanhas nas arquibancadas para manter o grupo motivado.
Ponte Preta conquista acesso à Série B mesmo sem salários
De acordo com o influenciador e torcedor Plínio Palmeira, mais de R$ 50 mil foram arrecadados apenas em setembro. “Tentei pagar um bicho, dar um incentivo extra. Escolhi um jogador do meio, um da zaga e um do ataque”, relatou. Palmeira, que costuma produzir conteúdo automotivo, passou a cobrir os jogos do clube no YouTube, ampliando o engajamento dos fãs.
Os resultados em campo refletiram o apoio. Mesmo sem contracheques, os atletas mantiveram a sequência de vitórias que garantiu o acesso antecipado. “Quem não podia ajudar financeiramente, apoiou com barulho no estádio. Isso representa a essência da nossa história: cada um faz o que pode”, destacou o torcedor, relembrando a construção do Estádio Moisés Lucarelli, o Majestoso, erguido nos anos 1940 com doações de simpatizantes.
Palmeira acredita que o feito de 2025 ficará marcado como símbolo de resistência alvinegra. Ele também aposta que a presença na Série B e no Paulistão proporcionará receita suficiente para regularizar pendências. “O principal é pagar esses caras. O que eles fizeram foi surreal; entraram para a história”, concluiu.
O episódio repercutiu em todo o país e foi noticiado por veículos de grande circulação, como o ge.globo.com, que destacou a mobilização inédita da torcida em tempos de vacas magras.
Com a temporada regular encerrada e o acesso confirmado, restará à diretoria reorganizar as finanças para que a Ponte Preta inicie 2025 com salários em dia e estrutura compatível com as exigências da Série B.
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Crédito da imagem: Fernando H. Ahuvia
