Play Store terá de se abrir à concorrência nos EUA. A Suprema Corte dos Estados Unidos negou, na segunda-feira (6), o pedido emergencial do Google para suspender partes de uma liminar em favor da Epic Games, mantendo a obrigação de modificar a loja oficial do Android e permitir a atuação de plataformas e sistemas de pagamento de terceiros.
Com a decisão, a big tech de Mountain View fica impedida de restringir a distribuição de aplicativos e de exigir o uso exclusivo de seu sistema de cobrança, cuja taxa pode chegar a 30%. As mudanças valerão inicialmente para o território norte-americano e devem ser concluídas até 2026, enquanto novas regras de pagamento entram em vigor já em 22 de outubro de 2025.
Play Store terá de se abrir à concorrência nos EUA
A disputa entre Google e Epic Games começou em 2020, quando a criadora de Fortnite acusou a empresa de práticas monopolistas na Play Store. Em 2023, a Epic obteve vitória significativa e, no ano seguinte, uma liminar determinou:
- a abertura da Play Store a catálogos de concorrentes;
- o fim de acordos de exclusividade com desenvolvedores;
- a proibição de incentivos para pré-instalação da loja padrão em dispositivos Android.
Insatisfeito, o Google recorreu sucessivamente até chegar à instância máxima do Judiciário norte-americano. Em despacho sucinto, os juízes confirmaram a decisão original, como detalhou a agência Reuters, e não apresentaram justificativas adicionais — procedimento comum em pedidos de emergência.
Reação das partes e próximos passos
No X (antigo Twitter), o CEO da Epic, Tim Sweeney, comemorou afirmando que usuários “poderão pagar sem taxas, telas assustadoras ou atritos”. Já um porta-voz do Google classificou a ordem como “sem precedentes” e alegou riscos à segurança, prometendo novo recurso antes que as mudanças financeiras entrem em vigor.
Especialistas avaliam que a abertura da loja pode reduzir custos para desenvolvedores e incentivar a concorrência no ecossistema Android. Caso o cronograma seja mantido, outras empresas poderão oferecer marketplaces próprios ou integrados ao sistema já no próximo ano.
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Imagem: hocus-focus/Getty Images