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Planalto reorganiza base na CPI do INSS e tenta convocar Bolsonaro para explicar fraudes

Brasília – Após perder o comando da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do INSS, o Palácio do Planalto montou uma nova estratégia para impedir que o colegiado se transforme em vitrine da oposição e cause novos desgastes ao governo.

Derrota na escolha da cúpula

Na quarta-feira (data da eleição), o senador Carlos Viana (Podemos-MG) foi eleito presidente da CPI, superando Omar Aziz (PSD-AM), preferido do governo. A relatoria ficou com o deputado Alfredo Gaspar (União-AL). Sem os dois principais postos, o Planalto tenta, ao menos, assegurar a vice-presidência.

Coordenação política

O deputado Paulo Pimenta (PT-RS) foi escalado para liderar a tropa de choque governista. Ele mantém diálogo com a ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, e participou de reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Palácio da Alvorada na noite de quarta.

Foco nos requerimentos

Com 32 membros, a CPI tem 16 a 17 parlamentares considerados alinhados ao governo – maioria frágil que obriga monitoramento constante dos pedidos de convocação. A ordem é barrar tentativas de levar Frei Chico, irmão de Lula, à comissão. O nome dele é citado pela oposição por ter vínculo com o Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos (Sindnapi), mencionado em relatório da Controladoria-Geral da União. Frei Chico não é investigado e o sindicato nega irregularidades.

Linha do tempo das fraudes

A base governista pretende apresentar cronologia que situe a origem do esquema de descontos indevidos em benefícios ainda no governo Jair Bolsonaro. Petistas já protocolaram requerimento para ouvir o ex-presidente, alegando que ele foi informado sobre as fraudes durante o período de transição.

Nomes da gestão anterior na mira

Além de Bolsonaro, devem ser alvo de pedidos de convocação o ex-presidente do INSS José Carlos Oliveira (2021-2022), o ex-ministro Onyx Lorenzoni e o senador Rogério Marinho (PL-RN), que chefiou a Secretaria de Previdência entre 2019 e 2020.

Defesa das ações do governo

Para mostrar reação ao escândalo, governistas querem o ministro da Previdência, Wolney Queiroz, no colegiado. A expectativa é que ele apresente medidas já adotadas: suspensão de pagamentos fraudulentos, revisão de sistemas do INSS e devolução de R$ 1 bilhão a 1,6 milhão de beneficiários prejudicados.

Reforço na composição da CPI

O Planalto estuda substituir suplentes ausentes por parlamentares considerados mais fiéis, após aliados do MDB faltarem à sessão de instalação. Gleisi Hoffmann reuniu líderes governistas e admitiu falhas na articulação, pedindo presença integral da base nas próximas reuniões.

Planalto reorganiza base na CPI do INSS e tenta convocar Bolsonaro para explicar fraudes - Imagem do artigo original

Do lado oposicionista, o senador Izalci Lucas (PL-DF) já protocolou mais de 320 requerimentos, que incluem pedidos de informação e convocações variadas. “Não se trata de Lula contra Bolsonaro; queremos estabelecer a verdade”, declarou.

Enquanto isso, o governo aposta que a narrativa de que as fraudes cresceram na gestão anterior e foram contidas no atual mandato conseguirá frear danos políticos e manter o foco da CPI longe do Palácio do Planalto.

Próximos passos – A comissão volta a se reunir na próxima semana para analisar os primeiros requerimentos. A disputa por convocações deve definir o rumo das investigações e o grau de exposição do governo e da oposição.

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Com informações de InfoMoney

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