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Polícia Federal investiga doadora de R$ 500 mil à campanha de Tarcísio por suspeita de lavar dinheiro do PCC

São Paulo – A pecuarista Maribel Schmittz Golin, 59 anos, que doou R$ 500 mil à campanha de Tarcísio de Freitas (Republicanos) ao governo paulista em 2022, é alvo de inquérito da Polícia Federal no Paraná sob suspeita de integrar um esquema de lavagem de dinheiro ligado ao Primeiro Comando da Capital (PCC).

Ligação com alvo da Operação Mafiusi

Relatórios da PF apontam ao menos quatro transações financeiras entre Maribel e Willian Barile Agati, detido em janeiro e denunciado em fevereiro por tráfico internacional de drogas, organização criminosa e obstrução à Justiça. Barile é apontado como articulador do envio de cocaína pelo porto de Paranaguá (PR) para a Europa em parceira com a máfia italiana ’Ndrangheta, foco da Operação Mafiusi deflagrada em dezembro do ano passado.

Doações declaradas à Justiça Eleitoral

Maribel realizou dois repasses à candidatura de Tarcísio: R$ 100 mil via Pix em 26 de agosto de 2022 e R$ 400 mil por transferência eletrônica em 6 de outubro, já no segundo turno. Não há registro de contribuições a outros candidatos. Segundo a assessoria do governador, a campanha contou com mais de 600 doadores, teve as contas aprovadas pela Justiça Eleitoral e não mantém vínculo com a empresária.

Movimentações financeiras em análise

Entre 2020 e 2022, quatro empresas em nome da pecuarista, todas sem funcionários, movimentaram mais de R$ 1,4 bilhão, volume que chamou a atenção dos investigadores. A PF identificou ainda:

  • Venda de um apartamento em Santo André (SP) por R$ 3 milhões, embora o valor venal fosse R$ 881 mil;
  • Comercialização de outro imóvel na mesma cidade por R$ 250 mil, mais que o dobro do valor fiscal de R$ 106 mil;
  • Três transferências entre companhias de Maribel e contas de Barile, somando R$ 3,5 milhões.

Os investigadores classificam as operações como “lavagem de dinheiro clássica” por meio de imóveis.

Outros pontos da apuração

Depoimentos colhidos pela PF mencionam repasses entre Maribel e o pastor Valdemiro Santiago, da Igreja Mundial do Poder de Deus, supostamente usados para ocultar recursos ilícitos. A defesa do religioso não se pronunciou.

O inquérito segue em curso na Superintendência da PF no Paraná. Até o momento, não há citação de irregularidades nas doações eleitorais nem indiciamento ligado à campanha de 2022.

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