Pacheco sinaliza disputar governo de Minas com apoio de Lula em 2026

Brasília — O senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG) tem dado indícios de que pretende concorrer ao governo de Minas Gerais nas eleições de 2026, movimento estimulado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e pelo atual presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP).
Pressão do Planalto e incentivos no Senado
Após deixar a presidência do Senado, Pacheco resistia a discutir candidatura, mas mudou o discurso nos últimos meses. Segundo interlocutores, Lula busca um nome competitivo em Minas, segundo maior colégio eleitoral do país, para reforçar sua campanha de reeleição. Alcolumbre, aliado próximo de Pacheco, também atua nos bastidores para convencê-lo.
O senador encerra o mandato em 2026 e tem usado o período para ganhar visibilidade. Ele intensificou publicações nas redes sociais sobre entrega de equipamentos a prefeituras e passou a comparecer a cerimônias de anúncio de obras federais no estado.
Sinais públicos de alinhamento
No último dia 24, em evento com Lula em Montes Claros, Pacheco discursou logo antes do presidente, defendeu a democracia, criticou anistia aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro de 2023 e afirmou que estará “junto” com o petista na próxima eleição. A fala foi interpretada como reforço à futura candidatura.
Estratégia eleitoral em Minas Gerais
Com a possível entrada de Pacheco na disputa, aliados de Lula avaliam opções para as duas vagas ao Senado que estarão em jogo. São citados a prefeita de Contagem, Marília Campos (PT); o ex-prefeito de Belo Horizonte Alexandre Kalil (PSD); o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira (PSD); e os deputados federais Reginaldo Lopes (PT) e Mário Heringer (PDT).

Lula admite compor uma chapa sem nomes do PT, caso isso garanta maior capilaridade no estado. Entretanto, a proximidade do PSD — partido de Pacheco e Silveira — com o governador Romeu Zema (Novo), adversário do Planalto, é vista como possível obstáculo.
Próximos passos
Pacheco afirma que decidirá seu futuro político no segundo semestre deste ano, avaliando o cenário mais próximo da campanha. Até lá, deve manter agenda intensa em Minas Gerais e ampliar a presença ao lado do presidente da República.