Opera Neon chega ao mercado como o primeiro navegador da Opera inteiramente pensado para delegar tarefas à inteligência artificial, prometendo reduzir a “ineficiência da web” por meio de comandos de voz ou texto.
Disponível por assinatura de US$ 19,90 mensais (aprox. R$ 110), o browser traz uma interface familiar, mas adiciona uma barra de grupos — chamados de “tarefas” — capaz de isolar contextos e evitar o acúmulo de abas.
Opera Neon estreia navegador com IA para tarefas online
No modo Chat, o Neon atua como um assistente no estilo ChatGPT, produzindo textos ou analisando imagens. O Make cria sites, relatórios ou jogos hospedados na nuvem da Opera, enquanto o Do executa ações reais em páginas: de colocar produtos no carrinho da Amazon a montar listas comparativas de preços.
Ao receber um comando, o navegador envia o pedido para servidores da Opera, recebe um “roteiro” dividido em pequenas etapas e executa tudo localmente. O processo é visível e, por vezes, lento; usuários relatam melhor desempenho quando deixam a IA trabalhar em segundo plano.
Nos testes do Tecnoblog, o recurso conseguiu montar carrinhos de compras e levantar tendências de notícias, mas exigiu prompts detalhados. Faltas de especificação, como peso exato de uma ração para pets, levaram a escolhas incorretas e repetidas refações. Segundo a própria Opera, resultados ideais dependem de instruções minuciosas, o que impõe curva de aprendizado ao usuário.
Para facilitar, o Neon oferece “cards” — prompts prontos que podem ser combinados para gerar listas de viagem, analisar finanças de empresas ou organizar tarefas no formato da matriz de Eisenhower. Contudo, ainda é preciso digitar algo para enviá-los, o que reduz a praticidade.
Especialistas destacam que integrar IA diretamente ao navegador é um passo relevante, mas que problemas de captcha, velocidade e eventuais “alucinações” nos resultados ainda precisam ser resolvidos. A Opera afirma que atualizações frequentes irão refinar a experiência; detalhes adicionais podem ser conferidos na página oficial da empresa em opera.com/neon.

Apesar das limitações, o modelo de assinatura sugere que a companhia aposta em um público disposto a pagar por ganhos de produtividade. Analistas do setor veem o Neon como mais um movimento no mercado de IA generativa, que inclui Microsoft, Google e startups especializadas, conforme aponta reportagem recente do The Verge.
Para quem deseja experimentar, o Neon já pode ser baixado em versões para Windows e macOS; a Opera não revelou planos para Linux ou dispositivos móveis.
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Crédito da imagem: Giovanni Santa Rosa/Tecnoblog