Nikolas Ferreira diz que país vive “tirania” e aponta Alexandre de Moraes como responsável por “usurpação de poderes”
Brasília – O deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG), de 29 anos, afirmou que o Brasil atravessa uma “tirania” provocada, segundo ele, pela atuação do ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes. A declaração foi feita em entrevista concedida ao portal InfoMoney em seu gabinete, na Câmara dos Deputados.
“Estamos oficialmente em uma tirania; nossa democracia está extremamente fragilizada”, disse o parlamentar, o mais votado do país em 2022, com 1,47 milhão de votos. Para Nikolas, a balança entre os Três Poderes foi quebrada porque, na interpretação dele, o Judiciário passou a interferir em decisões do Congresso sem possibilidade de recurso.
Críticas ao STF e ao processo contra Bolsonaro
Nikolas classificou como “usurpação de poderes” decisões do ministro Alexandre de Moraes, citando a manutenção do aumento de IOF determinada pela Corte mesmo após o Congresso rejeitar a medida. O deputado também questionou a imparcialidade da turma do STF responsável por processos que envolvem o ex-presidente Jair Bolsonaro, atualmente em prisão domiciliar.
Ele argumenta que parte dos ministros mantém relações políticas ou pessoais com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o que colocaria Bolsonaro “com carta marcada para ser preso”. Nikolas já solicitou autorização a Moraes para visitar o ex-chefe do Executivo e aguarda decisão.
Previsão para 2026 e dependência de Bolsonaro
O mineiro prevê “eleições conturbadas” em 2026. Na avaliação dele, sem o apoio explícito de Bolsonaro, candidatos da direita — nomes como Tarcísio de Freitas, Ronaldo Caiado, Romeu Zema e Ratinho Júnior são citados — teriam poucas chances de derrotar Lula ou o PT.
“Duvido que haja vitória se Bolsonaro não estiver envolvido”, resumiu. Ele considera que o pleito definirá “os próximos 20 ou 30 anos do país” e reclama de uma suposta assimetria no combate às fake news, tema que, diz, atinge mais a direita.
Anistia a réus do 8 de janeiro e pauta no Congresso
Entre as prioridades do PL, Nikolas destaca o projeto de anistia a condenados pelos atos de 8 de janeiro de 2023. O partido já obteve mais de 300 assinaturas para pedir urgência na proposta, mas o deputado afirma haver “pressão do STF” para evitar a votação.
Segundo ele, o fim do foro privilegiado também está no radar como forma de “reduzir a chantagem” sobre parlamentares. “Se alguém pichou patrimônio público, não faz sentido pegar 17 anos de cadeia”, disse, referindo-se à pena aplicada a uma das condenadas.
Planos políticos e futuro eleitoral
Nikolas indicou que deve buscar a reeleição à Câmara em 2026. Seu “cargo dos sonhos” é o Senado, mas a Constituição exige idade mínima de 35 anos — ele terá 31 anos no próximo pleito. O deputado também cogita disputar a presidência da Câmara ou assumir a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) caso permaneça na Casa.
Questionado sobre ambições ao Palácio do Planalto, respondeu que não descarta a hipótese, mas afirmou que seu foco é “ser o melhor pai, marido e filho”, deixando uma eventual candidatura presidencial para o futuro.
O parlamentar ainda comentou o processo disciplinar que enfrenta na Câmara por ter participado da ocupação do Plenário em dezembro de 2023. Ele espera absolvição e pede “isonomia”, lembrando protestos semelhantes realizados pela esquerda no passado sem punições.
Repercussão nas redes
Com mais de 1,5 milhão de interações médias por postagem no Instagram, Nikolas ocupa o terceiro lugar entre personalidades brasileiras na plataforma, atrás apenas de Neymar e da influenciadora Virginia Fonseca. Ele credita parte de sua visibilidade à divulgação de temas como a suposta “taxação do Pix”, episódio que levou o governo a recuar de proposta de fiscalização sobre as operações, após vídeo que, segundo o deputado, alcançou 300 milhões de visualizações.
Apesar da popularidade, Nikolas diz ter sido alvo de remoção de perfis em 2022, medida que atribui a decisões judiciais. “Não há democracia quando se retira o direito de manifestação”, afirmou.
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Com informações de InfoMoney
