NASCAR reage e tenta vender cotas de 23XI e Front Row enquanto audiência se aproxima

Charlotte (EUA) – A NASCAR apresentou em 19 de agosto de 2025 sua contestação ao pedido de 23XI Racing e Front Row Motorsports (FRM) para retomarem o status de equipes “charter” — vagas permanentes no grid da Cup Series — até o fim da temporada. A organização defende que as cotas sejam imediatamente colocadas à venda e que as receitas já repassadas às duas escuderias na primeira metade do campeonato retornem ao caixa para redistribuição entre os demais times com charter.
No documento protocolado na Justiça Federal em Charlotte, a NASCAR sustenta que a liminar pretendida pelas equipes causaria “prejuízo financeiro concreto” às demais concorrentes e reitera argumentos que já haviam convencido a Corte de Apelações a derrubar a primeira decisão favorável aos times, no início do ano.
Processo de venda e interessados
A entidade informa ter recebido manifestações de interesse para aquisição das quatro cotas que 23XI e FRM deixaram de renovar após 2024, além de duas novas unidades compradas de Stewart-Haas Racing. Segundo o texto, há potenciais compradores “entre equipes atuais da NASCAR, estruturas de outras categorias e novos investidores”. O plano prevê período de lances de 30 dias; eventuais novos donos precisam confirmar participação no campeonato de 2026 até 1º de outubro.
Garantia de presença nas provas
A NASCAR também destaca mudança de regulamento publicada em julho: até seis carros “open” podem agora garantir vaga pelo ranking de proprietários, solução que, na visão da liga, elimina risco de 23XI e FRM ficarem fora de corridas restantes em 2025. Por isso, argumenta, não há dano irreparável que justifique nova liminar.
Próximos passos
O juiz federal Kenneth Bell marcou audiência em 28 de agosto para decidir se concede ou não a tutela solicitada pelas equipes. O julgamento do mérito da ação antitruste — que acusa a NASCAR de práticas monopolistas na distribuição de receitas e na limitação de mercado para times — segue agendado para dezembro.
Ponto de vista das partes
- 23XI/FRM – Alegam que provas coletadas na fase de discovery reforçam a possibilidade de vitória no processo principal e, portanto, justificam a reativação imediata dos charters. Sustentam que a NASCAR detém poder de mercado e impôs condições abusivas na negociação do acordo 2025-31.
- NASCAR – Responde que repassa “percentual maior de receitas” às equipes do que ocorre, por exemplo, na Fórmula 1, e relembra que a 23XI obteve “lucros razoáveis” enquanto foi time charter. Argumenta ainda que e-mails internos citados pelos autores foram “descontextualizados”.
Enquanto o impasse prossegue, o grid da Cup Series conta com 30 carros charter após a mudança de status de 23XI e FRM para “open”. Em 2025, apenas duas etapas tiveram mais de 40 inscritos, limite máximo de vagas por prova.

O desfecho da audiência de 28 de agosto definirá se as duas organizações voltam a ter lugar garantido nas corridas ou se a NASCAR avançará no leilão das cotas. Independentemente da decisão, as partes voltam a se enfrentar no tribunal em dezembro.
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Com informações de FOX Sports