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MST ocupa sedes do Incra em 21 estados e pressiona governo Lula por reforma agrária

Membros do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) realizaram, nesta quarta-feira (23), ocupações simultâneas em unidades regionais do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) para cobrar avanços na política de reforma agrária. A mobilização ocorreu em 21 estados e no Distrito Federal e faz parte da Semana Camponesa.

Mobilização nacional

De acordo com balanço do movimento, 26 atos foram registrados desde segunda-feira (21), reunindo cerca de 17 mil participantes. Nos estados onde não houve entrada em prédios do Incra, manifestantes concentraram-se em secretarias estaduais de agricultura e agências do Banco do Brasil. Em Belém, por exemplo, aproximadamente 400 pessoas protestaram na fachada de uma agência bancária para reivindicar ampliação do crédito rural.

Reunião com o Palácio do Planalto

Pela manhã, dirigentes do MST estiveram com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e com a ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann. Segundo a liderança Ceres Hadich, além de temas como soberania nacional e cooperação nos Brics, o grupo destacou a necessidade de destravar a reforma agrária.

Pontos centrais das reivindicações

O movimento apresenta quatro eixos principais: criação de novos assentamentos, regularização dos já existentes, expansão do crédito rural e inclusão da reforma agrária como pilar da soberania nacional. O Dia Internacional da Agricultura Familiar, celebrado na sexta-feira (25), é apontado como marco simbólico para avançar nas negociações.

Situação nos estados

Em São Paulo, manifestantes fixaram faixas na fachada da superintendência regional do Incra. Delwek Matheus, da direção estadual, afirmou que “não há reforma agrária efetiva em curso”. Já Marcio José ressaltou a falta de infraestrutura e de financiamento adequado para os assentamentos.

O superintendente federal do Ministério do Desenvolvimento Agrário em São Paulo, Elvio Aparecido Motta, informou que a ocupação era esperada e garantiu que “as portas permanecem abertas” ao diálogo. À tarde, representantes do ministério e da Secretaria do Patrimônio da União tinham novo encontro agendado para discutir as demandas.

A Associação Brasileira de Reforma Agrária voltou a cobrar, em nota divulgada no último dia 17, maior celeridade do governo. A entidade lembra que resta “um ano e meio” para que o Palácio do Planalto acelere a execução das políticas públicas voltadas ao setor.

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