Moraes nega acesso contínuo a Bolsonaro ao rejeitar pedido da defesa do ex-presidente para que seis dirigentes do PL pudessem entrar livremente em sua casa, onde ele cumpre prisão domiciliar em Brasília.
A decisão, assinada pelo ministro Alexandre de Moraes, mantém a exigência de autorização prévia para qualquer visita que não seja de familiares diretos. O pleito envolvia o presidente do partido, Valdemar Costa Neto, o vice-presidente da Câmara, Altineu Côrtes (RJ), o secretário-geral Rogério Marinho (RN), a deputada Caroline de Toni (SC) e o vice-presidente do PL, Bruno Scheid.
Moraes nega acesso contínuo a Bolsonaro em prisão domiciliar
Segundo o ministro, a prisão domiciliar “não perde as características de restrição à liberdade individual” e, por isso, impede “o livre acesso de pessoas estranhas à família do réu sem controle judicial”. Os pedidos, reforçou Moraes, “devem ser formulados de maneira individualizada e específica”.
Apesar da negativa, foram liberadas visitas pontuais: o senador Carlos Portinho (RJ) em 16/5, o senador Marcos Rogério (TO) em 17/5, o deputado Ubiratan Sanderson (RS) em 18/5 e, novamente, Bruno Scheid em 19/5. Todos serão revistados antes de entrar.
Desde que a domiciliar foi imposta em abril, o magistrado analisa cada solicitação caso a caso. Bolsonaro já recebeu autorização para visitas médicas e para familiares, mas aliados políticos precisam protocolar requerimentos.
Com o acesso limitado, dirigentes do PL têm apresentado petições separadas para tratar de definições eleitorais. Valdemar quer nova reunião após o julgamento de Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal sobre a suposta trama golpista. Entre as pendências estão candidaturas ao Senado em São Paulo, Santa Catarina, Minas Gerais e Mato Grosso.

Em São Paulo, o partido avalia compor chapa com o secretário Guilherme Derrite (PP) e discute se Marco Feliciano (PL) ou Cezinha de Madureira (PSD) completará a aliança. No Sul, Carlos Bolsonaro transferirá domicílio eleitoral para disputar uma vaga catarinense, enquanto Esperidião Amin (PP) ganha força para a segunda posição. Nos demais estados, as negociações seguem abertas e dependem da palavra final de Bolsonaro.
Diante das restrições, o PL pretende manter o ex-presidente no centro da estratégia, ajustando agendas para se alinhar às condições determinadas pela Justiça.
Para acompanhar outras decisões judiciais que movimentam Brasília, visite nossa seção de Política e continue informado.
Crédito da imagem: Reprodução