Brasil amplia investimento em cibersegurança, mas exposição a ataques persiste

O Brasil aparece em 12º lugar no mercado global de segurança cibernética, de acordo com o “Relatório de Cibersegurança 2025: Panorama e Insights”, divulgado pela Brasscom. Embora o país destine recursos crescentes ao setor, continua entre os alvos preferenciais de agentes mal-intencionados.
Investimentos devem superar R$ 100 bilhões
A Brasscom projeta que os aportes em cibersegurança no Brasil somarão R$ 104,6 bilhões entre 2025 e 2028, um avanço de 43,8 % frente ao período anterior. Para 2025, a previsão é de R$ 21,6 bilhões em investimentos. O segmento de segurança da informação, que inclui gerentes e administradores, registou expansão média anual de 16,1 %, sem contabilizar analistas de sistemas e engenheiros de computação.
Parte da estratégia para suprir a demanda por mão de obra é o programa Hackers do Bem, conduzido por SENAI-SP, RNP e Softex, com apoio do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações. O objetivo é formar 30 mil profissionais em 2025, com aporte total de R$ 32,6 milhões.
Superfície de ataque continua ampla
Apesar do aumento de recursos, o relatório aponta fragilidades. Em março de 2025, 38 % da população relatou ter sofrido golpes bancários ou tentativas. Durante 2023, foram registradas 60 milhões de tentativas de ataque, e o custo médio de uma violação de dados chegou a US$ 1,36 milhão em 2024.
O estudo define o Brasil como “early adopter, but late finisher”: o país adota rapidamente novas tecnologias, mas demora a implementá-las de forma completa e estratégica. Assim, a segurança de TI aparece como a segunda maior prioridade corporativa para 2025, porém ocupa apenas a quarta posição nas intenções de investimento em tecnologias digitais.
Phishing lidera golpes no país
O phishing permanece como método de ataque mais frequente. As fraudes bancárias mais comuns envolvem:
• Clonagem ou troca de cartão de crédito — 40 %
• Pedido falso de familiar ou amigo via WhatsApp — 28 %
• Falsa central de atendimento solicitando dados — 26 %
• Golpe do Pix — 16 %
• Uso indevido do CPF via SMS — 11 %
Paradoxo entre inovação e vulnerabilidade
A Brasscom destaca que o sistema financeiro brasileiro, impulsionado por iniciativas como Pix e Open Banking, é referência internacional em inovação. No entanto, a mesma adoção veloz de tecnologia aumenta a superfície exposta a ataques, reforçando a necessidade de políticas preventivas e investimentos consistentes em cibersegurança.