Jornalista Marcelo Beraba morre aos 74 anos e deixa legado na Folha

O jornalista Marcelo Beraba morreu nesta segunda-feira (28) aos 74 anos. Reconhecido por quase três décadas de trabalho na Folha, ele atuou em diversas funções, de repórter a ombudsman.
Trajetória profissional
Beraba iniciou a carreira na sucursal do Rio de Janeiro como repórter. Ao longo dos anos, assumiu os cargos de diretor da unidade, editor de política, secretário de Redação e repórter especial. Sua passagem pela redação foi marcada por reportagens de política e pela defesa de práticas de apuração rigorosa.
Reflexões sobre a profissão
Como colunista, Beraba associava o exercício do jornalismo ao ceticismo diante de decisões públicas. Em texto de 2001, após visitar Palmas (TO), ele discutiu os desafios de planejamento urbano e a necessidade de questionamento constante por parte dos repórteres.
Em 2006, durante a 26ª Conferência da Organização de Ombudsmans de Notícias, defendeu maior transparência nos meios de comunicação, citando pesquisas que indicavam queda de credibilidade no setor. Beraba apontou a auditoria social realizada pelo jornal britânico The Guardian como exemplo de prática que poderia ser adotada por outras redações.

Legado
Ao unir experiência em reportagem, gestão editorial e avaliação crítica do próprio veículo, Marcelo Beraba consolidou-se como referência na busca por qualidade, independência e prestação de contas no jornalismo brasileiro.