Manifestação bolsonarista ocupa a Paulista, exalta Trump e pressiona STF

Apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) voltaram às ruas neste domingo (3) em várias capitais do país. O principal ato ocorreu na avenida Paulista, em São Paulo, com palavras de ordem contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, e pedidos de anistia para o ex-chefe do Executivo, réu por tentativa de golpe.
Presenças e ausências em São Paulo
O governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) não compareceu ao evento alegando compromisso médico na mesma data. Já o prefeito da capital, Ricardo Nunes (MDB), o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, o pastor Silas Malafaia e o deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) marcaram presença no carro de som que liderou a manifestação. Faixas de apoio ao ex-presidente norte-americano Donald Trump e gritos de “fora, Moraes” acompanharam todo o percurso.
Pressão internacional e reação dos manifestantes
A mobilização ganhou fôlego após o anúncio, nos Estados Unidos, de possível aplicação da Lei Magnitsky contra Moraes, iniciativa divulgada por Donald Trump e defendida pelo deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP). O grupo vê as sanções financeiras como instrumento para pressionar o Supremo a encerrar processos contra o ex-presidente. Paralelamente, o chamado “tarifaço” — pacote econômico criticado por influenciar preços internos — foi apontado em falas de líderes como fator de desgaste do governo federal.
Bolsonaro sob restrições judiciais
Jair Bolsonaro segue proibido de usar redes sociais e de deixar sua residência em Brasília aos fins de semana, por determinação do STF. Mesmo assim, acompanhou os atos pelo celular e enviou mensagem “de agradecimento pela liberdade” a apoiadores, divulgada em lista de transmissão. Um vídeo mostra o ex-presidente assistindo à manifestação em Belém, cidade onde a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro participou.

Objetivos e próximos passos
Os organizadores pretendem manter um calendário fixo de protestos. Entre as principais pautas estão o projeto de anistia a investigados pelos atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023, atualmente na Câmara, e o pedido de impeachment de Alexandre de Moraes no Senado — medidas consideradas de difícil avanço no Congresso.
Com o slogan “Reaja, Brasil”, a estratégia passa a priorizar eventos simultâneos em diversas cidades, permitindo que parlamentares liderem mobilizações nos próprios redutos eleitorais. Em vídeos de convocação, Nikolas Ferreira afirmou que a adesão não depende de “multidões”, comparando a ação a “uma maratona, não uma corrida de 100 metros”.