Maldição da Bola de Ouro é a expressão usada para o curioso fenômeno que impede os vencedores do maior prêmio individual do futebol de erguer a taça da Copa do Mundo no mesmo ano. Desde que a revista France Football criou a honraria, nenhum atleta laureado antes do Mundial conseguiu confirmar o favoritismo com sua seleção.
Casos emblemáticos reforçam o tabu. Na década de 1980, Michel Platini dominou a Europa, mas não levou a França ao título. Johan Cruyff, eleito em 1971, 1973 e 1974, marcou uma era no Ajax e no Barcelona, porém perdeu a final da Copa de 1974. Até lendas como Alfredo Di Stéfano, Ronaldinho, Messi e Cristiano Ronaldo repetem o padrão de brilho individual sem o troféu máximo naquele mesmo ciclo.
Maldição da Bola de Ouro desafia campeões da Copa
Os números também contam essa história. Ronaldo Fenômeno recebeu a Bola de Ouro em 1997 e chegou à final da Copa de 1998, mas o Brasil caiu diante dos franceses. Quando venceu o Mundial de 2002, o prêmio veio apenas após o torneio, mantendo intacta a superstição. Especialistas argumentam que a pressão sobre o “melhor do mundo” cresce exponencialmente, enquanto o futebol permanece dependente de fatores coletivos: sorteios, lesões, decisões de arbitragem e até regras antigas que limitavam o prêmio a europeus até 1994.
Nem mesmo os recordistas Lionel Messi e Cristiano Ronaldo escaparam. Apesar dos múltiplos troféus individuais, ambos esbarraram em eliminações precoces em diferentes edições da Copa. Analistas ouvidos veem mais coincidência estatística do que misticismo, mas reconhecem que a narrativa seduz fãs a cada ciclo mundial.
Agora, todas as atenções se voltam para Ousmane Dembélé, Bola de Ouro de 2025 após temporada destacada pelo PSG. Se liderar a França ao topo, o atacante poderá encerrar uma escrita que perdura há mais de seis décadas. Caso contrário, o folclore ganhará novo combustível.
Para entender a dimensão do desafio, basta lembrar que apenas oito seleções já conquistaram o Mundial em 22 edições, conforme relatório disponível no site da FIFA. Romper a “maldição” exige, portanto, superar não só adversários em campo, mas décadas de estatísticas desfavoráveis.

Resta saber se 2026 oferecerá o cenário ideal para derrubar o tabu ou se a mística seguirá viva, alimentando debates em bares, redações e programas esportivos ao redor do planeta.
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Crédito da imagem: Instagram/@o.dembele7