Uma sequência de luzes captada no céu de São Pedro, município da região de Piracicaba (SP), gerou especulação sobre a presença de um Objeto Voador Não Identificado (OVNI) na noite de 8 de julho. O registro, feito por volta das 20h30 com uma câmera equipada com sensor infravermelho, mostrava pontos brilhantes que mudavam de direção, desapareciam e reapareciam em locais distintos.
Moradores relatam fenômeno recorrente
Testemunhas afirmam observar manifestações semelhantes desde 2024, sempre sem ruído audível. Entre as suposições levantadas, figuravam drones agrícolas e até visitantes de outros planetas. Um morador que acompanhava o fenômeno descreveu variação na intensidade do brilho, reforçando a percepção de algo incomum.
BRAMON atribui luzes a tráfego aéreo
Sérgio Mazzi, representante da Rede Brasileira de Monitoramento de Meteoros (BRAMON), contestou qualquer relação com drones ou atividade extraterrestre. Segundo ele, os pontos luminosos correspondem a aviões que realizavam desvios de rota nas proximidades de Campinas devido ao intenso fluxo de chegada no Aeroporto Internacional de Viracopos.
Dados consultados no serviço de rastreamento FlightRadar24 indicam que, naquele horário, múltiplas aeronaves executavam manobras de espera sobre cidades vizinhas antes do pouso. Esse procedimento explica o aparente aparecimento e sumiço das luzes, bem como a mudança de direção registrada pela câmera.
Termo OVNI ganha nova designação
A observação reforça o uso da expressão “Fenômenos Aéreos Não Identificados” (UAP, na sigla em inglês), adotada mais recentemente pela NASA para separar ocorrências de natureza explicável — como aviões, balões ou satélites — de relatos cuja origem permanece sem resposta. Mazzi destaca que a maioria dos casos de luzes incomuns no céu brasileiro envolve aeronaves, reentrada de lixo espacial ou meteoros, não sendo necessária a hipótese de vida extraterrestre.
Com a identificação dos voos comerciais como fonte das luzes, o episódio de Piracicaba soma-se a outras ocorrências solucionadas por análise de tráfego aéreo e reforça a importância de dados abertos para esclarecer eventos classificados inicialmente como OVNIs.
