Lula sobre relação com Trump voltou a defender, nesta sexta-feira (10), que os laços diplomáticos entre Brasil e Estados Unidos “nunca deveriam ter sido truncados”. A declaração foi dada durante cerimônia de lançamento de um novo modelo de crédito imobiliário, em São Paulo, quando o presidente relatou a conversa que manteve com o chefe da Casa Branca, Donald Trump.
Segundo Luiz Inácio Lula da Silva, a troca de mensagens começou em tom informal. “Disse a ele que estou completando 80 anos e que ele fará 80 em 14 de junho do ano que vem. Portanto, tenho idade para falar mais grosso”, brincou o brasileiro, ressaltando que ambos lideram “as duas maiores democracias do Ocidente”.
Lula diz que relação com Trump nunca deveria romper
Para o presidente, eventuais divergências entre Brasília e Washington devem ser debatidas “democraticamente e com respeito”. Ele enfatizou não tratar líderes estrangeiros por viés ideológico. “Quem tem de tratar ideologicamente é o povo que os elegeu. Entre presidentes, é respeito mútuo e fim de papo”, frisou.
No discurso, Lula reforçou a busca por harmonia internacional. “O Brasil não quer brigar com Estados Unidos, nem com Bolívia ou Uruguai. Se vencermos uma disputa, o que ganhamos? É melhor sentar à mesa, conversar e assinar documentos”, argumentou, destacando que a autoridade moral de um país depende da própria postura. “Ninguém respeita quem não se respeita”, concluiu.
A fala ocorre em momento de reaproximação bilateral, após períodos de tensão. Analistas veem na disposição de diálogo um sinal positivo para temas como comércio, transição energética e meio ambiente, conforme ressalta reportagem da BBC.
Lula também alertou que o Brasil não deve ficar refém “do humor de um único presidente” estrangeiro. Para ele, a diversificação de parceiros é crucial na política externa contemporânea.
No encerramento do evento, o chefe do Executivo reiterou que, apesar das diferenças, “não existe assunto proibido” entre os dois governos, desde que prevaleçam transparência e negociação.
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Crédito da imagem: Paulo Pinto/Agência Brasil
