Lula quer discutir com Trump punição a ministros do STF logo na próxima passagem dos dois chefes de Estado pela Malásia. O presidente brasileiro afirmou, ainda em Jacarta, que pretende usar números para demonstrar “equívocos” nas tarifas impostas aos produtos nacionais e pedir explicações sobre as sanções norte-americanas a integrantes da Corte.
Segundo Luiz Inácio Lula da Silva, o encontro será “livre de vetos”, permitindo abordar desde comércio bilateral até temas judiciais sensíveis. A conversa deve ocorrer às margens da Cúpula da Associação de Nações do Sudeste Asiático (Asean) e do Encontro de Líderes do Leste Asiático (EAS), eventos que reúnem potências regionais e parceiros globais.
Lula quer discutir com Trump punição a ministros do STF
“Quero provar, com dados, que houve erro nas taxações ao Brasil e entender a punição aplicada a sete ministros do Supremo, algo sem precedente”, declarou Lula a jornalistas. As sanções dos Estados Unidos foram decretadas após o julgamento da tentativa de golpe atribuída ao governo de Jair Bolsonaro.
Será o primeiro diálogo prolongado entre Lula e Donald Trump desde o breve cumprimento na Assembleia-Geral da ONU, em setembro, quando Trump elogiou a “boa química” com o líder brasileiro. Dias depois, ambos conversaram por telefone, ocasião em que Lula solicitou a retirada da sobretaxa de 50% sobre exportações brasileiras.
Além da pauta judicial, o Palácio do Planalto espera destravar barreiras alfandegárias e ampliar a cooperação em setores de energia e transição climática. Para especialistas, o gesto de Lula sinaliza que o Brasil pretende reforçar a defesa de suas instituições enquanto busca ganhos econômicos com Washington.
A agenda do presidente inclui ainda avanços celebrados na Indonésia, onde ele se reuniu com o mandatário Prabowo Subianto, firmou acordos bilaterais e incentivou empresários locais a investirem no mercado brasileiro. “Quem quer negociar precisa procurar parceiros”, disse.
Relatos sobre punições internacionais a autoridades judiciárias podem ser conferidos na cobertura da BBC, que acompanha decisões recentes do Departamento de Estado norte-americano.
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Crédito da imagem: Ricardo Stuckert/PR