Lula desfile de 7 de Setembro abriu a programação cívica deste domingo (7) na Esplanada dos Ministérios, em Brasília, sob o lema “Brasil Soberano”. O presidente chegou pouco depois das 9h, acompanhado da primeira-dama, Janja, e percorreu o trajeto em carro aberto.
O evento acontece às vésperas da possível condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro pelo Supremo Tribunal Federal, contexto que reforçou o discurso governista de defesa da democracia e da soberania nacional.
Lula lidera desfile de 7 de Setembro sem STF presente
Diferentemente de 2024, quando seis dos onze ministros do STF dividiram o palanque com o chefe do Executivo, nenhum integrante da Suprema Corte compareceu à cerimônia deste ano. Ainda assim, o Planalto manteve a tônica institucional ao lado do vice-presidente Geraldo Alckmin e do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB); Davi Alcolumbre, que preside o Senado, não participou.
Segundo a Secretaria de Comunicação da Presidência, o desfile foi estruturado em três eixos: “Brasil dos Brasileiros”, “Brasil do Futuro” e a COP30, conferência climática da ONU que ocorrerá em novembro de 2025, em Belém.
Antes do início das apresentações militares, bonés estampados com “Brasil Soberano” foram distribuídos ao público enquanto soava uma música composta pela ministra da Cultura, Margareth Menezes. Faixas nos prédios ministeriais também já exibem o novo slogan governamental “Do lado do povo brasileiro”.
A maioria dos ministros compareceu: Ricardo Lewandowski (Justiça), Marina Silva (Meio Ambiente), José Múcio (Defesa), Rui Costa (Casa Civil), Mauro Vieira (Relações Exteriores) e outros. Integrantes de partidos que anunciaram a saída formal da base, como União Brasil e Progressistas, também marcaram presença, entre eles André Fufuca (Esportes) e Celso Sabino (Turismo), que usava o boné oficial.
Nas arquibancadas, parte da plateia entoou gritos de “sem anistia”, referência ao projeto em tramitação no Congresso que busca perdoar militares e civis envolvidos nos ataques de 8 de janeiro de 2023. Assessores do Planalto afirmam que a mensagem nacionalista tenta reposicionar a pauta do patriotismo, associada nos últimos anos ao bolsonarismo.
No pronunciamento da véspera, exibido em cadeia nacional, Lula classificou opositores como “traidores da pátria” e criticou ameaças externas à soberania, em alusão indireta a Bolsonaro e ao ex-presidente norte-americano Donald Trump. O discurso ecoou durante o desfile, reforçando a estratégia do governo de confrontar narrativas antidemocráticas.
Para acompanhar a repercussão jurídica do caso Bolsonaro, acesse o portal oficial do Supremo Tribunal Federal, onde são divulgadas decisões e agendas da Corte.
O 7 de Setembro terminou sem incidentes, mas com atos pró-Bolsonaro em capitais do país. No Congresso, o debate sobre a anistia continua, enquanto o Planalto busca apoio para barrar o texto ou mitigar seus efeitos.
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Crédito da imagem: Pedro Ladeira/Folhapress
