Lula defende pobres no orçamento como política de Estado, afirmou o presidente do Brasil nesta segunda-feira (13) na abertura do Fórum Mundial da Alimentação, em Roma. Segundo ele, incluir as camadas mais vulneráveis nos planos governamentais não é assistencialismo, mas condição para impedir retrocessos diante de crises ou mudanças políticas.
Lula sustentou que até países com orçamentos reduzidos podem, e devem, priorizar essa escolha. O chefe do Executivo citou a recente retirada do Brasil do mapa da fome, anunciada pela Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), e atribuiu o resultado ao fortalecimento de programas sociais.
Lula defende pobres no orçamento no Fórum Mundial em Roma
Em seu discurso, o presidente destacou que “trinta milhões de pessoas passaram a almoçar, jantar e tomar café”, alcançando em 2024 “a menor proporção de domicílios em insegurança alimentar grave” da história nacional. Ele acrescentou que, no mesmo período, o número de lares com crianças menores de cinco anos em insegurança grave também foi o mais baixo já registrado.
“Um país soberano é aquele capaz de alimentar seu povo. A fome é inimiga da democracia”, declarou Lula. Ele defendeu ampliar o financiamento ao desenvolvimento, reduzir custos de empréstimos, aperfeiçoar sistemas tributários e aliviar dívidas de nações pobres como caminhos essenciais para garantir segurança alimentar.
O presidente argumentou que “não basta produzir, é preciso distribuir” e pediu uma reforma na arquitetura financeira internacional que direcione recursos a quem mais precisa. Ele lembrou ainda o paradoxo vivido pela América Latina e Caribe, “celeiro do mundo que ainda convive com a fome”, e o avanço da insegurança alimentar na África.
Mais cedo, Lula reuniu-se com o papa Leão XIV e elogiou sua primeira exortação apostólica, Dilexi Te, por chamar atenção para os mais pobres. O presidente relatou ter defendido “um amplo movimento de indignação contra a desigualdade”.

Segundo a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), a segurança alimentar global depende de políticas públicas que assegurem renda e acesso a alimentos, pontos enfatizados no pronunciamento brasileiro.
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Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil