O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou, durante evento do Novo PAC Seleções 2025 em Osasco (SP), que não pretende entrar em conflito com autoridades norte-americanas, mas avisou que responderá se as tensões forem mantidas. O discurso incluiu críticas ao ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e menções à família Bolsonaro.
Ataques a Trump e às sobretaxas
Lula classificou como “induzida por mentira” a decisão de Trump de aplicar tarifa extra de 50 % sobre produtos brasileiros. Segundo ele, uma ligação telefônica teria evitado o mal-entendido. O chefe do Executivo defendeu negociações comerciais e destacou que, em quinze anos, o superávit norte-americano nas trocas com o Brasil chegou a US$ 410 bilhões.
O presidente também declarou que, se a invasão ao Capitólio tivesse ocorrido no Brasil, Trump enfrentaria processo semelhante ao de Jair Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal.
Referências históricas e críticas internas
Lula comparou o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) ao inconfidente Joaquim Silvério dos Reis, acusado de trair Tiradentes. Para o presidente, parlamentares aliados deveriam “tomar uma atitude” sobre o comportamento do filho do ex-mandatário.
Ao comentar a Operação Lava Jato, Lula relatou ter recusado acordo que previa uso de tornozeleira eletrônica, dizendo não trocar “dignidade pela liberdade”. Afirmou ainda que Bolsonaro, atualmente monitorado pelo equipamento, vive situação diferente.
Imagem: redir.folha.com.br
Regulação de big techs e segurança
No mesmo evento, Lula prometeu regulamentar empresas de tecnologia atuantes no país, alegando necessidade de proteção contra discursos de ódio e desinformação. Ele citou gastos de R$ 23 bilhões com serviços norte-americanos em 2023 e defendeu que esses grupos respeitem a legislação brasileira.
O presidente também mencionou o programa Celular Seguro, voltado a combater furtos de dispositivos nas periferias, e criticou eleitores que, segundo sua avaliação, escolhem “ricos” para governar comunidades de baixa renda.
Interrupção e resposta à plateia
O discurso foi brevemente interrompido quando um homem gritou “ladrão” no auditório. O manifestante foi retirado por seguranças. Lula pediu que o público evitasse provocações, afirmando que seu grupo não aceita “jogo rasteiro” dos adversários.
