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Lula convoca ministros para ajustar discurso e traçar prioridades no Congresso após tarifa de Trump e revés na CPI do INSS

Brasília, 26.mar.2025 – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) reúne todo o primeiro escalão nesta terça-feira para definir uma estratégia unificada de comunicação e de atuação legislativa no segundo semestre. O encontro, marcado para as 9h no Palácio do Planalto, é o segundo do gênero em 2025 e ocorre em meio ao impacto do aumento de tarifas anunciado por Donald Trump nos Estados Unidos, à queda do decreto sobre IOF no Congresso e ao controle da oposição na CPI do INSS.

Auxiliares do Planalto afirmam que Lula pretende cobrar “ações concretas”, evitando apresentações meramente expositivas. A orientação é concentrar esforços na entrega de obras, na execução de programas sociais e na aprovação de propostas consideradas centrais para o governo.

Discurso único e foco na popularidade

De acordo com um ministro, a reunião também visa consolidar a recente recuperação nos índices de aprovação presidencial. Levantamento Genial/Quaest divulgado em 20 de março mostrou crescimento da avaliação positiva do governo para 31%, ante 28% em julho de 2024. Ao mesmo tempo, a rejeição caiu de 40% para 39%.

No Planalto, a avaliação é que a divisão da direita, intensificada às vésperas do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no Supremo Tribunal Federal, cria espaço para o governo enfatizar pautas como soberania nacional e justiça tributária. A ordem é reforçar a mensagem de que “os ricos devem pagar mais para que os pobres paguem menos”.

Principais vozes da reunião

Estão previstas intervenções breves dos ministros:

  • Sidônio Palmeira (Secretaria de Comunicação Social) – alinhamento de discurso entre as pastas;
  • Gleisi Hoffmann (Secretaria de Relações Institucionais) – prioridades no Congresso e articulação contra derrotas legislativas;
  • Rui Costa (Casa Civil) – panorama de execução do Novo PAC;
  • Fernando Haddad (Fazenda) – efeitos econômicos do tarifaço de Trump e próximos passos na política fiscal.

Lula deve reafirmar que 2025 é o “ano da colheita”, pressionando o time ministerial a acelerar inaugurações e apresentar resultados palpáveis até dezembro.

Pautas no Congresso

Com a oposição no comando da CPI do INSS, o governo busca recuperar terreno no Legislativo. Entre as matérias consideradas essenciais estão:

  • PEC da Segurança Pública;
  • Projeto que isenta Imposto de Renda para salários de até R$ 5.000;
  • Propostas de regulação das big techs.

Gleisi Hoffmann deve orientar os colegas a intensificar negociações com líderes partidários e a participar ativamente de audiências e comissões.

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Diálogo com a base aliada

A agenda ocorre paralelamente a sucessivos encontros do presidente com cúpulas de PSD, MDB, União Brasil e Republicanos. Embora esses partidos integrem a Esplanada, dirigentes já sinalizam apoio a candidaturas de centro-direita em 2026, exigindo do Planalto maior atenção a suas demandas.

Próximos passos

Após a reunião, o Planalto planeja encontros temáticos com grupos de ministérios para avaliar entregas e alinhar projetos setoriais. As datas ainda não foram definidas, mas a intenção é acelerar o ritmo antes da retomada plena do calendário eleitoral.

No encerramento do encontro desta terça, Lula deve reforçar a necessidade de coesão interna, especialmente na comunicação, para evitar crises semelhantes às geradas por ruídos envolvendo o Pix, o IOF e o escândalo dos descontos no INSS.

Para acompanhar desdobramentos sobre a articulação política do governo e outras notícias da área, visite a seção de política do nosso site.

Com informações de Folha de S.Paulo

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