Lost Soul Aside entrega ação intensa, mas esbarra em falhas ensaia reviver o hack and slash clássico em pleno 2025. Fruto do China Hero Project da Sony, o título da chinesa Ultizero Games finalmente chega ao PlayStation 5 e ao PC após oito anos de desenvolvimento turbulento.
Revelado em 2017, o jogo chamou atenção por ter começado como protótipo de uma única pessoa, Yang Bing. O investimento, ainda assim, recaiu sobre um gênero em declínio desde a era PlayStation 3, tornando seu lançamento um acontecimento raro.
Lost Soul Aside entrega ação intensa, mas esbarra em falhas
O principal atrativo é o combate frenético. Ataques leves e pesados se combinam para lançar inimigos ao ar, lembrando Devil May Cry e Bayonetta, enquanto a estética remete aos remakes de Final Fantasy VII. Troca rápida de armas, parries no último instante e esquivas perfeitas criam um ritmo que recompensa reflexos afiados.
A variedade de armamentos – da alabarda ágil à espada larga destruidora de defesas – também favorece diferentes builds. Cada peça dispõe de seis slots para acessórios que ampliam combos ou suavizam o dano, conferindo leve tempero de RPG à progressão linear.
Apesar da ação brilhante, faltam polimento e coerência. Em cenas de história, animações truncadas e mixagem de áudio irregular quebram a imersão. De acordo com análise do Eurogamer, até a dublagem em inglês soa caricata, tornando o áudio original em chinês a opção menos problemática.
Os momentos de plataforma evidenciam outra aresta. Fora das lutas, o protagonista Kaser exibe movimentos duros, pulos imprecisos e dash inconsistentes, sugerindo que esses trechos foram inseridos tardiamente para alongar a campanha.
No enredo, Kaser busca reunir Estilhaços do Cristal das Almas para salvar a irmã Louisa dos alienígenas Voidrax. A premissa promissora se perde em ritmo apressado, avalanche de termos técnicos e pouco tempo para desenvolvimento de personagens, diluindo o peso da vingança.

Mesmo com esses tropeços, Lost Soul Aside mostra que ainda há espaço para um hack and slash linear e sem mundos abertos abarrotados de tarefas. A atualização inicial permite pular cutscenes, deixando o jogador focar no que o jogo faz de melhor: combates ágeis, estilosos e desafiadores.
Ao final, o título recebe nota 70: excelente no campo da jogabilidade, mas prejudicado por narrativa rasa, segmentos de plataforma dispensáveis e falta de acabamento. Ainda assim, vale a pena para quem sente falta de pancadaria pura e simples.
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Crédito da imagem: Ultizero Games/Divulgação