O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, rejeitou em 16 de julho o pedido do senador Marcos do Val (Podemos-ES) para passar férias com a família nos Estados Unidos. A decisão, no entanto, só foi comunicada à defesa do parlamentar oito dias depois, quando ele já estava em Miami.
Pedido apresentado e negativa mantida
A petição para a viagem foi protocolada em 15 de julho. O documento detalhava datas de ida e volta, hospedagem em Orlando e ingressos para parques de diversão. Moraes concluiu que não havia motivo para alterar as medidas cautelares impostas ao senador, investigado por campanha contra policiais federais que apuram tentativa de golpe. Entre essas medidas, está a apreensão de seus passaportes, determinada em agosto de 2024 e confirmada pela Primeira Turma do STF.
Desembarque antes da intimação
As passagens, compradas na semana anterior ao embarque, custaram cerca de R$ 18 mil. O voo saiu de Brasília em 23 de julho, fez escala em Manaus e chegou a Miami na noite do mesmo dia. O oficial de Justiça conseguiu notificar a defesa apenas em 24 de julho, depois de o senador já ter chegado ao destino.
Três passaportes e ausência de apreensão
Do Val possui passaporte comum, diplomático e português. Segundo ele, agentes da Polícia Federal foram à sua residência em Vitória para recolher os documentos, mas não os encontraram. Pessoas próximas relatam que o parlamentar alegou que os passaportes estavam em seu gabinete no Senado.
Imagem: Moraes via redir.folha.com.br
Comunicações e retorno previsto
O senador afirma ter informado previamente a Polícia Federal, o Ministério da Justiça, o Itamaraty e a Presidência do Senado sobre a viagem. A Casa confirmou o recebimento do ofício e registrou que não houve gastos públicos. O retorno está marcado para 3 de agosto, com escala em Bogotá.
Marcos do Val nega qualquer intenção de fuga. Em transmissão nas redes sociais, disse que está nos Estados Unidos apenas para acompanhar as férias da filha durante o recesso parlamentar.
