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Justiça mantém bloqueio de R$ 10,9 milhões do Corinthians referentes à Copa do Brasil

São Paulo (SP) – A 1ª Vara Cível do Foro do Tatuapé decidiu manter o bloqueio de R$ 10,9 milhões em premiações que o Corinthians recebeu pelas oitavas de final da Copa do Brasil, valor conquistado após eliminar o Palmeiras. A determinação foi tomada em ação movida pelo empresário André Cury, que cobra comissões de intermediações realizadas no futebol.

O clube paulista argumentou que a quantia deveria ser liberada por estar protegido pelo Regime de Centralização de Execuções (RCE), ao qual aderiu por causa da grave crise financeira. O juiz, contudo, entendeu que o bloqueio foi efetuado antes de o Corinthians formalizar sua entrada no regime, e portanto permanece válido.

A decisão também estabelece que a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e a Federação Paulista de Futebol depositem diretamente na 2ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais do Foro Central de São Paulo qualquer valor que o Corinthians volte a receber na competição. Isso significa que, mesmo classificado às quartas de final contra o Athletico-PR, às 21h30 (horário de Brasília) de terça-feira (27), o clube seguirá sem acesso aos prêmios da Copa do Brasil.

Dívida histórica pressiona caixa do clube

O bloqueio ocorre em meio ao cenário financeiro mais delicado da história corintiana. De acordo com o balanço de 2024, a dívida total atingiu R$ 2,4 bilhões — a maior do futebol nacional. Desse montante, R$ 1,8 bilhão correspondem a obrigações do clube e R$ 668 milhões, ao financiamento da Neo Química Arena.

O passivo aumentou cerca de R$ 600 milhões em relação a 2023, quando somava R$ 1,9 bilhão. Só as dívidas com vencimento em até um ano chegam a R$ 1,27 bilhão. No país, apenas o Atlético-MG também ultrapassa os R$ 2 bilhões de passivos.

Mesmo com receita bruta de R$ 1,1 bilhão — a terceira maior do Brasil, atrás de Flamengo (R$ 1,3 bilhão) e Palmeiras (R$ 1,2 bilhão) —, o Corinthians registrou prejuízo de R$ 181,7 milhões na temporada passada.

Processo de André Cury e próximos passos

O empresário André Cury tem outras ações contra clubes brasileiros por serviços de intermediação. No caso do Corinthians, a Justiça avaliou que não há garantia de pagamento espontâneo em curto prazo, justificando a manutenção da retenção.

Até esta terça-feira (19), o clube não havia se manifestado oficialmente, mantendo a política de não comentar processos judiciais em curso.

Com o bloqueio confirmado, os valores provenientes da Copa do Brasil permanecerão depositados em juízo até nova deliberação.

Com informações de Tupi FM

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