Justiça italiana mantém Carla Zambelli presa em regime fechado por risco de fuga

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A Corte de Apelação de Roma decidiu que a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) permanecerá no presídio feminino de Rebibbia enquanto tramita o pedido de extradição apresentado pelo governo brasileiro. O comunicado foi entregue aos advogados nesta quinta-feira (28).

No despacho, os juízes Patrizia Campolo, Marco Mancinetti e Fabrizio Suriano afirmam que qualquer medida mais branda, como prisão domiciliar com tornozeleira eletrônica, “não seria suficiente” para evitar uma nova tentativa de fuga. A fundamentação cita “inúmeras declarações” da parlamentar contra o Judiciário brasileiro e entrevistas em que Zambelli admite ter mudado de endereço para não ser localizada.

Laudo médico sustenta permanência na cadeia

Durante a audiência de quarta-feira (27), uma perita indicada pelo tribunal concluiu que, apesar de doenças pré-existentes, quadro depressivo e greve de fome, o estado de saúde da deputada “é compatível com o cárcere”. Segundo o laudo, todas as necessidades terapêuticas podem ser atendidas dentro da unidade prisional.

Defesa prepara novo recurso

Os advogados da congressista pleiteavam a substituição da prisão por regime domiciliar, argumento rejeitado pelo colegiado romano. A defesa deve recorrer à Corte de Cassação, última instância da Justiça italiana.

Próximos passos do processo

Com a manutenção da custódia, o Ministério Público de Roma enviará nas próximas semanas um parecer sobre o pedido de extradição. Depois disso, a Corte de Apelação marcará audiência para decidir se existem requisitos legais para que Zambelli seja devolvida ao Brasil. Especialistas estimam que, com a ré detida, a decisão em primeira instância pode sair até o fim de outubro. Recursos na Corte de Cassação podem levar de três a quatro meses; concluído o trâmite, o Executivo italiano terá 45 dias para ratificar ou não a entrega.

Condenações no Brasil

Fora do país desde julho, Zambelli foi condenada pelo Supremo Tribunal Federal a dez anos de prisão por envolvimento na invasão do sistema do Conselho Nacional de Justiça. Na última sexta-feira (22), recebeu nova pena de cinco anos e três meses, em regime semiaberto, por ter sacado uma arma na véspera do segundo turno das eleições de 2022.

Justiça italiana mantém Carla Zambelli presa em regime fechado por risco de fuga - Imagem do artigo original

A equipe de defesa sustenta na Itália que o processo é marcado por “anomalias” e alega perseguição política. Já o advogado Alessandro Gentiloni, que representa o Estado brasileiro, considera a decisão “equilibrada” e adequada ao risco de evasão.

Para acompanhar mais atualizações sobre o cenário político, acesse nossa seção Política e fique por dentro dos desdobramentos.

Com informações de Folha de S.Paulo

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