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Justiça paulista condena bolsonaristas por lista de boicote contra comerciantes

São Paulo — O Tribunal de Justiça de São Paulo condenou, em segunda instância, dois apoiadores de Jair Bolsonaro pela elaboração e divulgação de uma lista de boicote dirigida a empresários apontados como “esquerdistas” durante as eleições de 2022.

Condenação em segunda instância

O professor Davoine Francisco Colpani, 68 anos, recebeu pena de um ano, quatro meses e dez dias de prisão em regime aberto. Já o dentista Edson Parra Nani Filho, 62, foi sentenciado a um ano, cinco meses e quinze dias nas mesmas condições. Ambos obtiveram suspensão condicional da pena, mas terão de indenizar, individualmente, sete vítimas em dois salários-mínimos cada.

O relator do processo, desembargador Luís Soares de Mello, afirmou que testemunhos e registros de mensagens no WhatsApp confirmam a participação dos réus e o caráter intimidatório da iniciativa. O Ministério Público sustentou que a lista violou o regime democrático e expôs comerciantes a riscos físicos e psicológicos.

Pressões e ataques aos comerciantes

O documento circulou em grupos intitulados “Patriotas Cafelândia” logo após a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva em outubro de 2022. Ele classificava lojas e prestadores de serviço como “traidores” que deveriam ser “banidos”. Na mesma época, o restaurante Nikin Lanches, em Cafelândia (SP), foi alvo de uma pequena bomba lançada de uma caminhonete azul, episódio associado à lista.

Justiça paulista condena bolsonaristas por lista de boicote contra comerciantes - Imagem do artigo original

Relatos reunidos pelo promotor Thiago Cardim descrevem ofensas nas ruas, perda de clientes e tentativas de coação para que os proprietários exibissem apoio público a Bolsonaro.

Defesas divergentes

Nani Filho declarou à Justiça que não produziu o documento e que chegou a pedir, no grupo, o fim de sua divulgação. Seu advogado informou que não deve recorrer. Colpani nega autoria e pretende apelar, alegando falta de provas. As investigações sobre o ataque com explosivo seguem em aberto.

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