iPhone 38 foi o apelido dado pelos policiais militares que, em 23 de outubro, apreenderam em Roseira (SP) um falso smartphone capaz de disparar munição calibre 380 de 9 mm.
O dispositivo, manuseado por um jovem de 18 anos detido em flagrante, estava dentro de um carro com outras quatro pessoas. A equipe da Força Tática estranhou o peso e as fissuras do suposto celular e descobriu que o objeto se divide em cabo e tambor, revelando dois compartimentos para projéteis.
iPhone 38: polícia de SP apreende celular-arma de fogo
Apesar de externamente lembrar um iPhone desgastado por adesivos, a arma seria feita de polímero reforçado, material capaz de suportar a explosão da pólvora sem se partir, diferentemente de plásticos comuns como ABS ou PVC.
A Polícia Civil ainda investiga a origem do “iPhone 38”. Entre as hipóteses estão a compra na Dark Web ou a montagem caseira, prática típica das chamadas ghost guns, armamentos montados peça a peça por entusiastas ou impressos em 3D, sem numeração ou registro.
Esse mercado subterrâneo preocupa autoridades. Dados da ONG The National Police Foundation mostram que a apreensão de ghost guns cresceu mais de 160 % entre 2019 e 2020 em cidades como Filadélfia e San Diego. Um relatório da BBC reforça que a ausência de rastreabilidade dificulta investigações e alimenta o tráfico.
Armas camufladas como smartphones não são inéditas. Em 2017, a Bélgica emitiu alerta sobre a “iPhone Gun”, criada pela norte-americana Gun Runner Distributing e vendida por cerca de US$ 400 (R$ 2,1 mil à época).
Especialistas em segurança alertam que a aparência de gadget facilita o transporte oculto e reduz a percepção de risco, exigindo fiscalização reforçada em barreiras policiais e aeroportos.
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Imagem: Força Tática/Divulgação