Investimentos da Apple na China desafiam pressão dos EUA. Mesmo sob a ameaça de tarifas norte-americanas, o CEO Tim Cook confirmou em Pequim que a empresa ampliará seus aportes no país, mantendo a parceria com fornecedores locais.
O executivo se reuniu na quarta-feira (15) com o ministro da Indústria chinês, Li Lecheng, e garantiu que a Apple permanecerá investindo no mercado chinês, segundo comunicado oficial do governo. A declaração contraria a posição do ex-presidente Donald Trump, que pressiona companhias norte-americanas a repatriar produção e capital.
Investimentos da Apple na China desafiam pressão dos EUA
Detalhes sobre os novos investimentos não foram divulgados, mas analistas apontam que a gigante de Cupertino busca equilíbrio entre as duas maiores economias do mundo. Em março, Cook já havia anunciado um fundo de energia limpa de 720 milhões de yuans (cerca de R$ 550 milhões) na região.
A dependência de fabricantes chineses permanece elevada: grande parte dos iPhones continua sendo montada no país. Ainda assim, Cook declarou em agosto que a companhia poderia aplicar até US$ 100 bilhões para produzir smartphones em solo norte-americano. Paralelamente, parte da produção vem sendo gradualmente transferida para a Índia.
Segundo consultores ouvidos pela Reuters, empresas dos EUA evitam confrontar Pequim publicamente para não comprometer operações locais, mas também temem retaliações de Washington se parecerem próximas demais do governo chinês.
Durante a visita, Cook se encontrou com desenvolvedores em Xangai e confirmou que o iPhone Air, versão ultrafina apresentada em setembro, chegará ao mercado chinês. A pré-venda começa sexta-feira (17) por 9.000 yuans (aproximadamente R$ 6,8 mil). O modelo atrasou devido a restrições ao eSIM, agora liberado pelas principais operadoras do país.

Em meio à guerra comercial, o ministro Li Lecheng reiterou que a China “mantém as portas abertas” para empresas estrangeiras dispostas a investir e espera que a Apple “cresça junto com os fornecedores locais”.
Cook, por sua vez, assegurou a Trump que também haverá aportes bilionários nos Estados Unidos, reforçando a estratégia de agradar ambos os lados do conflito.
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Crédito da imagem: Justin Sullivan/Getty Images