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Haddad defende proibição das bets e aponta perda de R$ 40 bi em impostos

Brasília — O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, declarou apoio ao fim das casas de apostas no Brasil e classificou o setor como “roubada” para o país. As afirmações foram feitas em entrevista ao canal ICL Notícias, exibida em 23 de julho.

Ministro cita impacto fiscal e risco social

Segundo Haddad, a isenção concedida pelo governo anterior resultou em perda de aproximadamente R$ 40 bilhões em impostos nos últimos quatro anos. O ministro afirmou que a quantia foi enviada para o exterior antes mesmo da regulamentação aprovada no fim de 2024.

Ele explicou que, após a regulamentação, dados do segmento passaram a ser compartilhados com Banco Central e Polícia Federal para investigar suspeitas de lavagem de dinheiro por meio de fintechs ligadas a apostas ilegais. Haddad também apontou problemas familiares relacionados ao vício em jogos e defendeu restrições mais duras à publicidade, comparando-a às limitações impostas a bebidas alcoólicas e cigarros.

O titular da Fazenda ainda diferenciou jogos de azar de apostas esportivas, mas afirmou que apoiaria um projeto na Câmara que proibisse ambos. “Se dependesse de mim, eu apertava o botão do ‘para’”, declarou.

Instituto do setor contesta números do governo

O Instituto Brasileiro de Jogo Responsável (IBJR) respondeu às declarações, alegando que o ministro ignora resultados obtidos desde a regulamentação. De acordo com a entidade, entre janeiro e maio deste ano o governo arrecadou R$ 2,3 bilhões em outorgas e R$ 3 bilhões em tributos e contribuições sociais provenientes de casas de apostas licenciadas.

Haddad defende proibição das bets e aponta perda de R$ 40 bi em impostos - Imagem do artigo original

Imagem: tecmundo.com.br

O IBJR afirmou que 51% do mercado permanece na clandestinidade, provocando evasão fiscal anual estimada em R$ 10 bilhões. Para a entidade, discursos que desvalorizam o ambiente regulado geram insegurança jurídica e favorecem operadores ilegais.

Haddad reforçou que a maior parte dos apostadores tem menos de 40 anos e defendeu fiscalização intensificada. Um balanço detalhado sobre as perdas de receita ainda será apresentado pela Fazenda.

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