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Governadores evitam confronto após críticas de filhos de Bolsonaro nas redes

Governadores alinhados à direita, entre eles Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), Romeu Zema (Novo-MG) e Ronaldo Caiado (União Brasil-GO), optaram por não responder publicamente às mensagens divulgadas no fim de semana pelos filhos do ex-presidente Jair Bolsonaro. Nas publicações, o vereador Carlos Bolsonaro (PL-RJ) — endossado pelo deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) — ironizou “governadores democráticos” que, segundo ele, agiriam como “ratos” e demonstrariam “oportunismo”.

Postagens intensificam tensão

A primeira mensagem foi publicada no sábado (16) e reapareceu na segunda-feira (18) com tom semelhante, cobrando posicionamento de potenciais presidenciáveis de direita diante da crise “que estaria destruindo o país”. Interlocutores dos governadores avaliam que a família Bolsonaro deve manter a linha mais agressiva nas redes.

Reação contida dos governadores

Tarcísio, Zema, Caiado, Eduardo Leite (PSD-RS) e Ratinho Jr. (PSD-PR) adotaram discurso de cautela, justificando que o clã Bolsonaro atravessa momento delicado depois de o Supremo Tribunal Federal marcar para 25/09 o início do julgamento da chamada “trama golpista”, na qual Jair Bolsonaro pode pegar mais de 40 anos de prisão.

O único a comentar publicamente foi Zema, apontado por aliados bolsonaristas como motivo inicial dos ataques, por ter lançado sua pré-candidatura ao Planalto no último sábado. “Temos propostas semelhantes à direita. Compreendo o contexto da família Bolsonaro e continuamos no mesmo caminho”, declarou o mineiro, minimizando atritos.

Tarcísio mantém agenda com empresários

Alvo frequente das críticas dos filhos do ex-presidente, Tarcísio de Freitas passou os últimos dias em encontros com o setor privado. No sábado participou de almoço oferecido por Alexandre Bettamio, do Bank of America, e nesta segunda esteve em fórum de infraestrutura em São Paulo, onde defendeu parcerias público-privadas. Ele também confirmou presença em palestra para investidores e em reunião com empreendedores cristãos da Igreja Batista da Lagoinha Alphaville.

Assessores do paulista afirmam que a estratégia é não responder diretamente ao clã e manter diálogo apenas com Jair Bolsonaro, agora em prisão domiciliar. Tarcísio reiterou que disputará a reeleição ao governo estadual em 2026.

Frente unificada e jantar em Brasília

Apesar do clima tenso, governadores de centro-direita devem se encontrar nesta terça (19) em Brasília, em jantar organizado por Antonio Rueda (União Brasil) e Ciro Nogueira (PP), logo após o ato que formalizará a federação entre os dois partidos. Também são esperados Marcos Pereira (Republicanos) e outros dirigentes.

Nos bastidores, aliados avaliam que as críticas dos filhos de Bolsonaro estão ligadas à dificuldade de avançar no Congresso com o projeto que prevê anistia aos condenados pelos ataques de 8 de janeiro de 2023 — iniciativa vista como inviável pelo presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB).

Ainda assim, Carlos Bolsonaro cogita disputar o Senado por Santa Catarina, e a ala bolsonarista acredita que o confronto verbal pode mobilizar sua base eleitoral.

Os governadores, entretanto, insistem que não permitirão que a pauta seja ditada por recados nas redes sociais. Parte deles busca manter conversas sobre uma possível frente programática, mesmo que com mais de uma candidatura no campo conservador.

Ao final, a expectativa é que o jantar de hoje sirva para reduzir ruídos internos e reforçar a intenção de manter diálogo, enquanto cada pré-candidato avalia o melhor momento para oficializar seu projeto presidencial.

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Resumo: Governadores de direita ignoram ataques virtuais de Carlos e Eduardo Bolsonaro, mantêm agendas próprias e articulam frente unificada, enquanto pressão por anistia aos condenados de 8/1 perde força no Congresso.

Com informações de Folha de S.Paulo

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