Google+ nasceu em 2011 com a promessa de integrar serviços e aproximar usuários em círculos de interesse, mas acabou encerrado oito anos depois, marcando um dos maiores tropeços da Alphabet no mercado de redes sociais.
Lançado discretamente, o projeto acumulou 400 milhões de cadastros em pouco mais de um ano, impulsionado pela integração automática a contas de Gmail, YouTube e outros serviços. No entanto, a adesão forçada não se converteu em participação ativa.
Google+: por que a rede social do Google fracassou
O modelo de Círculos permitia classificar contatos em grupos como “Amigos” ou “Família”, enquanto Comunidades reuniam debates temáticos. Recursos que hoje são independentes, como Hangouts e Google Fotos, surgiram ali. Ainda assim, o redesign de 2015 colocou as funções sociais em segundo plano, reduzindo o apelo competitivo frente a Facebook, Instagram e Twitter.
A obrigatoriedade de manter um perfil na plataforma para, por exemplo, comentar vídeos no YouTube gerou forte reação negativa dos usuários. Até o cofundador do site de vídeos criticou a medida, que expôs a estratégia agressiva da empresa para inflar números de inscritos.
Em 2018, uma falha de segurança que expôs dados privados acelerou a decisão de encerramento. Segundo levantamento do The Verge, mais de 500 mil perfis ficaram vulneráveis, episódio que precipitou o anúncio oficial de desligamento.
O desligamento começou em 2 de abril de 2019, quando contas e o botão “+1” passaram a ser removidos gradualmente. A partir daí, o Google abandonou a ideia de competir diretamente no segmento, preferência que hoje se limita a funcionalidades sociais no YouTube.
Especialistas apontam que a cultura interna da empresa — conhecida por lançar muitos produtos e descartá-los rapidamente — também pesou. Antes do Google+, iniciativas como Orkut, Wave e Buzz já haviam sido descontinuadas, indicando resistência corporativa em sustentar projetos de longo prazo que não liderem seus mercados.
Apesar do fim melancólico, o legado técnico do Google+ permanece em produtos que evoluíram de suas ferramentas, em especial o Google Fotos, que se tornou padrão para backup de imagens em dispositivos Android.
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Imagem: Divulgação/Google