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General reserva admite plano para matar Lula e Moraes e pressionar por golpe

Brasília — O general da reserva Mario Fernandes, 61 anos, confirmou ao Supremo Tribunal Federal ter redigido o documento “Punhal Verde e Amarelo”, que detalha a intenção de assassinar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o vice Geraldo Alckmin e o ministro Alexandre de Moraes após a eleição de 2022.

Confissão ao STF e prisão

O oficial foi preso em novembro sob suspeita de articular o atentado para impedir a posse de Lula. Em depoimento ao STF, em 24 de abril, reconheceu a autoria do arquivo, afirmou tratar-se de “um pensamento digitalizado” e disse ter rasgado a cópia impressa. A Procuradoria-Geral da República sustenta que o plano incluía vigilância dos locais frequentados pelas vítimas e ações de “neutralização”.

Pressão por intervenção militar

Em novembro de 2022, Fernandes enviou mensagem pelo WhatsApp ao então comandante do Exército, general Marco Antônio Freire Gomes, com o apelo: “É agora ou nunca mais, comandante, temos que agir”. A PGR aponta quatro visitas dele ao acampamento de apoiadores de Jair Bolsonaro em Brasília, onde buscava apoio para a ruptura institucional.

Ligação com Bolsonaro e “kids pretos”

Chefe do Comando de Operações Especiais do Exército, em Goiânia, o general conheceu Bolsonaro durante visita presidencial à unidade em julho de 2019. Dois anos depois, assumiu a secretaria-executiva da Secretaria-Geral da Presidência, sob o ministro Luiz Eduardo Ramos. Após deixar o governo, foi lotado no gabinete do deputado Eduardo Pazuello entre 2023 e 2024.

General reserva admite plano para matar Lula e Moraes e pressionar por golpe - Imagem do artigo original

As investigações indicam que ele tentou recrutar antigos subordinados do grupo de forças especiais conhecido como “kids pretos” para executar o plano. Esses militares teriam experiência em missões sigilosas e ações de alto risco.

Acusações e próximos passos

A denúncia da PGR atribui a Fernandes o papel de articulador entre o governo Bolsonaro e manifestantes que pediam intervenção militar. Ele é acusado de liderar o monitoramento de autoridades e de preparar um gabinete estratégico caso o golpe se consumasse. O processo segue em tramitação no STF, que decidirá se transforma o general em réu.

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