Fraude no e-commerce volta a preocupar: levantamento da Visa Acceptance Solutions indica que, no primeiro semestre de 2024, o valor médio das tentativas de golpe no varejo on-line brasileiro foi 60% superior ao das compras legítimas.
Segundo Gustavo Carvalho, vice-presidente da Visa Added Services, o tíquete médio de uma transação fraudulenta chegou a R$ 1,2 mil, enquanto o de uma compra genuína ficou em R$ 740. Além disso, 55% das fraudes partiram de dispositivos móveis e 90% das contestações só ocorrem 45 dias após a transação.
Fraude no e-commerce: Visa vê transações falsas em alta
O estudo também mapeou os estados com maior concentração de golpes: São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Bahia e Paraná lideram o ranking. Para Carvalho, o cenário reforça a necessidade de modelos de zero trust nas empresas, já que os acessos acontecem de qualquer lugar, principalmente via celular.
Entre as táticas mais usadas pelos criminosos estão o teste de cartão — compras de baixo valor para checar se um cartão roubado está ativo — e o roubo de contas, em que golpistas assumem perfis de consumidores em lojas on-line para aproveitar dados de pagamento salvos.
Para enfrentar esse avanço, a Visa afirma ter investido mais de US$ 11 bilhões em tecnologia e segurança nos últimos cinco anos, bloqueando US$ 40 bilhões em fraudes apenas em 2023. A companhia aposta em camadas de verificação baseadas em inteligência artificial e aprendizado de máquina.
Os golpistas, porém, também se sofisticam. Carvalho citou o uso de dados sintéticos — mistura de informações reais com dados gerados por IA — e de deepfakes estrelados por celebridades para promover falsas ofertas. O executivo prevê uma próxima onda de “ataques de imersão personalizada”, em que pessoas da rede de contato da vítima são usadas para dar credibilidade ao golpe.

O aumento das fraudes digitais não se restringe ao Brasil. Em setembro, a Comissão Europeia cobrou Apple, Google e Microsoft sobre anúncios enganosos que já causaram perdas de mais de € 4 bilhões no bloco.
Para reduzir riscos, especialistas recomendam autenticação multifator, atualização constante de sistemas de detecção e educação dos consumidores sobre engenharia social.
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Crédito da imagem: Mohamed_hassan/Pixabay