Flash, sinônimo de animações e jogos na web dos anos 2000, passou de padrão quase obrigatório a tecnologia aposentada em 2020. De ferramenta revolucionária a alvo de críticas por desempenho e segurança, o software viu a popularização dos dispositivos móveis acelerar seu declínio.
Desenvolvido em 1993 pela FutureWave como SmartSketch, o programa ganhou foco em animações on-line ao virar FutureSplash em 1996. A aquisição pela Macromedia fez surgir o plugin que dominaria 80% dos navegadores no fim da década, encantando usuários com sites interativos, minigames e séries como “Happy Tree Friends”.
Flash: por que o software foi abandonado e saiu de cena
O domínio seguiu após 2005, quando a Adobe comprou a Macromedia e integrou o Flash ao pacote Creative Suite. Na mesma época, o recém-criado YouTube adotou o formato como reprodutor padrão, impulsionando ainda mais sua presença na internet.
O cenário começou a mudar em 2007. A chegada do iPhone e a necessidade de economizar bateria evidenciaram fragilidades do Flash, classificado como pesado e inseguro. A situação ganhou destaque em abril de 2010, quando Steve Jobs publicou a carta “Thoughts on Flash”, justificando a ausência de suporte no iOS e defendendo padrões abertos como HTML5.
Pressionada, a Adobe lançou o AIR em 2008 para tentar manter relevância, mas o movimento já parecia irreversível. Em 2011, a empresa encerrou o desenvolvimento do plugin para navegadores móveis; seis anos depois, anunciou o fim definitivo do suporte para 31 de dezembro de 2020. Navegadores como Chrome, Firefox e Edge passaram então a bloquear automaticamente qualquer conteúdo em Flash.
Com o “botão de desligar” acionado, milhares de jogos e animações corriam risco de desaparecer. Iniciativas de preservação, como o projeto Flashpoint, surgiram para arquivar títulos clássicos como “Line Rider” e “Crimson Room” e convertê-los para formatos compatíveis com tecnologias atuais, garantindo que parte desse patrimônio cultural permanecesse acessível.
Apesar das falhas, o Flash marcou uma geração ao oferecer ferramentas acessíveis para criadores independentes e grandes estúdios. Seu legado permanece vivo na memória de quem explorou sites interativos, passou horas em minigames de tower defense ou se divertiu com bonecos de palito em batalhas frenéticas.
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Imagem: Reprodução/WebDesignMuseum
